logo Radioagência Nacional
Política

Prefeito de Parauapebas é afastado pela Câmara, mas segue no cargo

Baixar
Michelle Moreira
09/04/2015 - 15:32
Brasília

Um fato no mínimo inusitado. O município de Parauapebas, distante cerca de 830 quilômetros de Belém, conta com dois prefeitos. Isso porque a Câmara Municipal solicitou, por meio de decreto, o afastamento do prefeito eleito Valmir Mariano, do PSD. Contra ele pesam denúncias de improbidade administrativa.

 

Mas o prefeito eleito se recusou a deixar o cargo. Mesmo assim, a vice-prefeita, Maria Ângela Pereira, do PTB, foi empossada de forma simbólica.

 

A ação contra Valmir Mariano foi motivada por uma representação pública. Oito dos quinze vereadores votaram para que o representante do executivo fosse afastado por um período de 180 dias a contar do último dia 03 de março. Durante este tempo, uma comissão deveria investigar as acusações.

 

O prefeito Valmir Mariano afirma que não reconhece a decisão da Câmara Municipal.

 

Sonora:" Houve uma reunião entre os oito vereadores no dia três de março. Após a conclusão da reunião, já havia sido encerrada a Assembleia. O presidente da Assembleia já havia dado por encerrado a sessão. E houve uma reunião ente os vereadores, em uma tentativa de golpe político, eles elegeram uma outra mesa diretora e através desta mesa diretora eles pediram meu afastamento. Então, em nenhum momento houve legitimidade e eu continuo prefeito da cidade."

 

Já a vice-prefeita, Maria Ângela Pereira, impedida de assumir como interina, afirma que Valmir Mariano ignora uma decisão legítima dos vereadores.

 

Sonora: "Existe este decreto que tem que ser levado em consideração que é o princípio que rege; que gera o poder. Oito vereadores é maioria. Você sabe que a maioria já é o poder que conduziu este processo. Porém ele não tem este conhecimento ou ele está sendo orientado a ignorar este decreto, que é o que está acontecendo por parte do Valmir."



Uma das principais irregularidades que teriam sido cometidas na gestão de Valmir Mariano é a compra de um terreno por quinze milhões de reais pela prefeitura, mas que estaria avaliado em cem  mil reais.



Sonora: "Compramos foi quinhentos e trinta e três lotes no valor de quinze milhões. O que dá um preço de aproximadamente vinte e oito mil por cada lote, que está bem abaixo do preço de mercado na nossa região. ”



Valmir Mariano alega que o terreno está urbanizado e deve abrigar mil famílias.



Procurado pela reportagem, o MPE, o Ministério Público Estadual informa que para que o prefeito continue no cargo, o decreto que pede o seu afastamento, deve ser revogado ou anulado judicialmente.

 

O MPE afirma ainda que foi instaurado um procedimento de investigação criminal contra Valmir Mariano sob a responsabilidade do Grupo de Combate à Corrupção, representado pelo procurador Nelson Medrado. O processo segue sob segredo de justiça.

x