O depoimento da viúva do ex-deputado José Janene à Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, na Câmara de Deputados, foi considerado pouco esclarecedor para os membros da CPI, inclusive para o relator da comissão, o deputado Luis Sérgio. Ele destacou o que mais chamou atenção durante os esclarecimentos.
Apesar de ter conseguido um habeas corpus que garantiu a ela o direito de ficar calada, Stael Fernanda Janene respondeu às perguntas dos deputados da CPI, acompanhada do advogado Luis Gustavo Flores. Ela negou saber se o ex-marido tinha alguma conta no exterior ou se tinha alguma ligação com o esquema da Petrobras. Mas afirmou ter assinado documentos para o marido, sem ter lido e o definiu como obcecado pelo poder.
Além disso, negou ter qualquer conta conjunta com Janene. Diante de tantas respostas negativas, o presidente da mesa, deputado Antônio Imbassahy, questionou as palavras da depoente.
Stael Janene disse saber das indicações do nome do deputado Janene em delação de Alberto Yousseff, pela imprensa, somente depois que se separou dele em 2008: um ano e dez meses antes dele morrer. Ela disse acreditar que o ex-marido tivesse envolvimento com o esquema da Petrobras e negou desconfiar que Janene estivesse vivo. Depois de prestar depoimento à CPI, a viúva do ex-deputado não quis falar com a imprensa.
Outros dois depoimentos que estavam previstos foram adiados: o do presidente da Mitsui, Shinji Tsuchiya e do presidente da Samsung, J. W. Kim. As duas empresas foram citadas na Operação Lava Jato, acusadas de pagar propina para favorecimento em seus negócios. Mas os empresários não compareceram à audiência e solicitaram o reagendamento dos depoimentos.
Na quarta-feira (15), à tarde, a CPI deve escutar o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo.
* Matéria modifiicada em 14.07.15, às 18h59, para acréscimo de sonora de Stael Fernanda Janene.