Uma conversa entre José Sarney e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, foi divulgada nessa quarta-feira (25) pelo Jornal Folha de São Paulo. O ex-presidente Sarney troca impressões sobre a crise política e fala sobre a Lava Jato com Machado, que foi senador pelo PMDB e é investigado pela operação na Petrobras.
Na gravação, Sarney diz que pode auxiliar Machado, mas a condição é que ele não meta advogados no meio. A conversa supostamente indica que Sarney vai ajudar para que o processo contra Sérgio Machado não caia nas mãos do juiz Sérgio Moro.
Alguns senadores comentaram o episódio. O senador do PT, Humberto Costa, alerta que tudo ainda precisa ser investigado.
O senador Cristovam Buarque, do PPS, diz que esse episódio respinga na história de José Sarney, mas é preciso verificar melhor o grau de comprometimento do ex-presidente.
O ex-presidente Sarney ainda afirmou que uma delação de executivos da Odebrecht seria como uma metralhadora ponto 100 e que não sobraria ninguém, palavras do próprio Sarney. Disse que a presidenta afastada Dilma Rousseff não teria saídas e que nem com o parlamentarismo ela poderia governar.
Sarney ainda afirma que a oposição ao governo Dilma só aceitou Michel Temer depois que Renan os convenceu. Segundo Sarney, o apoio a Temer se deu sob certas condições. Porém, Sarney não especifica que condições seriam essas. O ex-presidente ainda comenta que a oposição sabe que não vai escapar, se referindo as investigações da Lava Jato.
Em nota, Sarney afirma que não teve acesso ao teor das gravações. Mas disse que conhece o senador Sérgio Machado há muitos anos e que as conversas nos últimos tempos foram para levantar a confiança do amigo e dar esperanças para ele superar as acusações que enfrenta. O ex-presidente Sarney também lamentou que conversas privadas se tornem públicas.
*Matéria atualizada às 21h17 para complementação de informações.