Na lista de inquéritos determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin aparecem dois ex-governadores do Distrito Federal, José Roberto Arruda (do PR) e Agnelo Queiroz (do PT), o ex-senador Gim Argelo (do PTB) e o deputado distrital Roberio Negreiros (do PSDB).
Arruda teria recebido pagamento de R$ 996 mil de recursos não contabilizados da Odebrecht em 2014, quando concorreu ao governo do DF. Os delatores da empreiteira também relataram o repasse de um milhão de reais à Agnelo Queiroz no ano de 2010, quando venceu as eleições para governador do Distrito Federal.
O inquérito de investigação dos dois ex-governadores foi remetido à Justiça Federal porque eles não têm mais foro privilegiado. O deputado distrital Roberio Negreiros (do PSDB) também foi citado na delação da Odebrecht e será investigado pelo Tribunal Regional Federal.
A empreiteira afirma ter pago vantagens indevidas como doação eleitoral não contabilizada para Negreiros. O ex-senador Gim Argelo, que já foi condenado na operação lava jato, também será investigado pelo suposto recebimento de R$ 2,8 milhões para defender os interesses da empreiteira no Congresso Nacional.
Delatores da Odebrecht também fizeram referências às obras de construção do Estádio Mané Garrincha, do novo Centro Administrativo de Taguatinga e do Conjunto Habitacional Jardins Mangueiral.
Paulo Emilio Catta Preta, advogado do ex-governador José Roberto Arruda, disse que não teve acesso às delações, mas afirmou ter certeza de que não há fatos que possam incriminar o ex-governador. // A defesa alega que não houve nenhuma doação da Odebrecht para a campanha de Arruda nas eleições em 2014.
Paulo Machado Guimarães, advogado do ex-governador Agnelo Queiroz, disse que é impossível emitir qualquer opinião, já que não tem conhecimento do inteiro teor das investigações.
A defesa afirma que Agnelo se mantém convicto e sereno quanto a regularidade de todos os atos por ele praticados em suas campanhas eleitorais e na administração do GDF.
Em nota, o deputado Roberio Negreiros afirma ter a consciência tranquila e desafia seus adversários a mostrar “um real que seja de dinheiro ilegal” em sua campanha.
O distrital disse que tem certeza de que o processo dele será arquivado, já que ele não comete, não admite e não compactua com ilicitudes.
Procurado pela reportagem, o advogado do ex-senador Gim Argelo não foi encontrado para comentar o inquérito.