Ato na Esplanada termina com pelo menos 49 feridos; manifestante foi atingido por arma de fogo
A Esplanada dos Ministérios foi palco de confrontos nessa quarta-feira (24) entre manifestantes e policiais, que resultou em oito pessoas detidas, oito prédios depredados e 49 feridos, sendo um deles vítima de arma de fogo.
Uma manifestante, que preferiu não se identificar, conta que viu o momento em que um homem, de aproximadamente 50 anos, foi atingido.
O protesto contra as reformas da Previdência e trabalhista e pela saída do presidente Michel Temer reuniu cerca de 45 mil manifestantes, de acordo com a Polícia Militar. Mas, segundo a Força Sindical, o movimento teve adesão de 100 mil pessoas.
O dirigente nacional da CTB - Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Aurino Pedreira, falou sobre o objetivo da marcha a Brasília.
De acordo com a Força sindical, havia vândalos dos Black Blocks infiltrados entre os manifestantes. Pessoas encapuzadas arremessavam contra a polícia pedras, paus e até coquetéis molotov, que são garrafas com combustível e pavio de pano.
A polícia utilizou balas de borracha e bombas de efeito moral pra dispersar os manifestantes. E a imprensa acabou sendo atingida também. De acordo com o sindicato dos jornalistas do DF, quatro profissionais sofreram agressões durante o ato. A repórter da TV Brasil, Giselle Garcia, por exemplo, foi ferida por estilhaços de bomba e o fotógrafo Ricardo Cifuentes, da agência Newzulo, de Nova Yorque, foi atingido por uma bala de borracha.
Os ferimentos registrados durante o protesto, de acordo com a polícia, foram cortes na mão, no pescoço, queda por trauma na coluna, perfuração por arma de fogo e mal-estar. Das 49 vítimas, oito são policiais.
A Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social informou que a Polícia Militar vai investigar os casos de policiais militares que apareceram em imagens com arma de fogo e apurar as responsabilidades. A vítima de arma letal passou por cirurgia no Hospital de Base e passa bem.