MPF denuncia Cunha e Henrique Alves por desvios na construção da Arena das Dunas
O Ministério Público Federal (MPF) no Rio Grande do Norte denunciou os ex-presidentes da Câmara Henrique Eduardo Alves (PMDB) e Eduardo Cunha (PMDB) pela prática de corrupção, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa, no esquema investigado na Operação Manus, um desdobramento da Lava Jato, que apurou desvio de recursos para a construção de uma das arenas da Copa do Mundo, em Natal.
Para os investigadores, havia uma “parceria criminosa” entre Cunha e Henrique Eduardo Alves. De acordo com a denúncia, os dois “solicitaram e aceitaram vantagens indevidas, de forma oculta e disfarçada, por meio de doações eleitorais oficiais e não oficiais, em razão da atuação política e parlamentar de ambos em favor dos interesses de empreiteiras”.
Outras quatro pessoas foram denunciadas: o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, o executivo da Odebrecht Fernando Luiz Cunha, o empresário e ex-secretário de Obras de Natal Carlos Frederico Queiroz da Silva, conhecido como “Fred Queiroz”, e o empresário Arturo Silveira Dias de Arruda Câmara, sócio de uma empresa de marketing político.
Dos denunciados, Eduardo Cunha já está preso no Complexo Médico Penal do Paraná por outros fatos relacionados à Lava Jato. Henrique Eduardo Alves foi preso no dia em que a operação foi deflagrada, no último dia 6; Léo Pinheiro está preso na Polícia Federal no Paraná e Fred Queiroz está no Quartel da Polícia Militar, em Natal.
Se a Justiça aceitar a denúncia, os acusados vão responder por crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O Ministério Público quer, ainda, a reparação dos danos materiais e morais, no valor mínimo de R$ 15 milhões e a decretação da perda da função pública para os condenados detentores de cargo, emprego público ou mandato eletivo.