Procurador da Lava Jato classifica de promiscuidade ação de Bendine na Petrobras
O procurador da República no Paraná Athayde Ribeiro Costa chamou de promiscuidade a atuação do ex-presidente do Banco do Brasil e da Petrobras Aldemir Bendine, preso hoje (27), na 42ª fase da Operação Lava Jato.
Bendine é acusado de receber R$ 3 milhões em propina, da construtora Odebrechet, mesmo depois da deflagração da operação policial, em 2014.
“É indignante que, durante o escândalo de corrupção na Petrobras, pessoas utilizavam a companhia para praticar crimes, segundo as evidências até então colhidas. Bendine veio do Banco do Brasil, foi para a Petrobras e, segundo as provas, havia pedido de propina. Além disso, Bendine tentava, com pedido de propina, um lugar na Vale. Nós temos que impedir essa promiscuidade”.
Bendine esteve à frente do Banco do Brasil, entre abril de 2009 e fevereiro de 2015, e assumiu o comando da Petrobras de fevereiro de 2015 a maio do ano passado.
Negando que tenha ocorrido vazamento de informações sobre o pedido de prisão contra o e ex-presidente das estatais, o procurador Athayde Costa revelou que a polícia identificou uma passagem somente de ida, no nome de Bendine, para Portugal, marcada para amanhã (28).
Ao todo, a Polícia Federal cumpriu 11 mandados de busca e apreensão e três de prisão temporária no Distrito Federal e nos estados de Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo.
Esta fase da Lava Jato, batizada de Cobra, é uma referência ao apelido de Bendine no Setor de Propinas da Odebrecht.