A corrupção custa, por ano, R$ 130 bilhões ao Brasil. O valor corresponde a cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas produzidas no país. A estimativa é da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Mas, de acordo com o secretário-geral da Associação Contas Abertas, Gil Castelo Branco, o montante pode ser ainda maior.
Ele comemora os valores que devem ser recuperados, por exemplo, pela Operação Lava Jato – cerca de R$ 11 bilhões -, mas destaca que em comparação ao que foi desviado o total ressarcido é muito pequeno.
Determinar o total desviado dos cofres públicos realmente não é uma tarefa fácil. Isso porque a corrupção pode ser disfarçada em presentes como bolsas, joias, relógios, imóveis, viagens, serviços e até em obras de arte, como explica o ministro substituto da Transparência e Controladoria Geral da União (CGU), Wagner Rosário.
Uma das dificuldades para se recuperar o dinheiro é encontrar os valores já que muitas vezes empresas e envolvidos não possuem o total desviado.
O advogado-geral da União substituto, Paulo Gustavo, destaca que há casos em que as autoridades pedem o ressarcimento e bloqueiam os bens, mas o valor total roubado não é alcançado.
Há, ainda, outro problema: quando os réus colocam os bens em nomes de terceiros, ou seja, usam os chamados “laranjas”. Mas Paulo Gustavo argumenta que, mesmo assim, ainda é possível ressarcir os cofres públicos.
Para melhorar esse cenário, a sociedade também pode ajudar. Segundo os entrevistados, a participação dos brasileiros na fiscalização e no acompanhamento do uso do dinheiro público são fundamentais.
É possível acompanhar por meio do Portal da Transparência ou exigir na prefeitura da sua cidade informações sobre os gastos públicos.




