O ex-governador do Paraná, Beto Richa, atual candidato ao Senado pelo PSDB, foi preso em operação do Ministério Público do Paraná, nesta terça-feira. Além dele, outras 14 pessoas foram presas, todas temporariamente, com prazo de cinco dias.
A prisão de Beto Richa foi cumprida pelo Gaeco, Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado, durante a operação Rádio Patrulha.
Ao todo foram cumpridos 15 mandados de prisão e 26 de busca e apreensão nas cidades de Curitiba, Londrina, Santo Antônio do Sudoeste e Nova Prata do Iguaçu. O coordenador estadual do Gaeco, o procurador de Justiça Leonir Batisti, explica que as prisões servem para auxiliar nas investigações.
Além de Beto Richa, foram presos ex-secretários de governo de sua gestão: Fernanda Richa, esposa dele, Pepe Richa, irmão do então governador, Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete, e Ezequias Moreira. além de empresários.
Segundo o Ministério Público do Paraná, os alvos das prisões temporárias estão envolvidos em licitações direcionadas para beneficiar empresários e no pagamento de propina a agentes públicos.
O Gaeco também investiga a prática de lavagem de dinheiro no programa do governo do Paraná chamado Patrulha do Campo, entre 2012 e 2014. Esse programa previa a melhoria das estradas rurais, com obras de adequação e manutenção, por meio de consórcios entre os municípios.
A defesa de Beto Richa diz não saber a razão das ordens judiciais e afirma que ainda não teve acesso à investigação. O PSDB não se posicionou para dizer o que ocorrerá com a candidatura de Richa ao Senado. A reportagem não conseguiu retorno das defesas dos outros presos citados.
Richa também foi alvo de outra operação nesta terça-feira: a fase 53 da operação Lava Jato, que investiga a prática de corrupção no governo dele, no Paraná.
Nesta fase, a Polícia Federal cumpriu dois mandados de prisão preventiva, um de prisão temporária e mandados de busca e apreensão nos estados do Paraná, São Paulo e Bahia.
O objetivo é aprofundar as investigações sobre os crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude à licitação, nas obras de duplicação da rodovia estadual PR 323, com favorecimento à empreiteira Odebrecht. Segundo apurado, a empresa teria pago quatro milhões de reais ao braço direito de Beto Richa, Deonilson Roldo e ao grupo dele. A reportagem não conseguiu retorno da Odebrecht.
* Áudio alterado às 16h54 do dia 11-09-18.
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