Augusto Aras defende Lava Jato, mas reconhece excessos e diz que precisam ser corrigidos
Em sabatina nesta quarta-feira (25) no Senado, o indicado para ocupar a chefia do Ministério Público Federal, o subprocurador Augusto Aras defendeu ampliar o diálogo com os poderes e a sociedade. O indicado pelo presidente Jair Bolsonaro também defendeu a operação Lava Jato, mas reconheceu excessos e disse que correções devem ser feitas junto com o Congresso Nacional.
O subprocurador citou como ações malsucedidas as operações Santiagraha, Castelo de Areia e o caso do Banestado. Entre as críticas de Aras à Lava Lato, está o que ele chamou de busca por holofotes de alguns procuradores. Quando perguntado se teria independência em relação ao Executivo, Aras afirmou que terá independência com harmonia.
Augusto Aras ainda comentou a aprovação da Lei de Abuso de Autoridade.
Questionado por ter sido escolhido fora da lista tríplice da Associação de Procuradores, Aras opinou que a lista trouxe um corporativismo para o Ministério Público e defendeu a unidade da instituição.
O senador Fabiano Contarato, da Rede do Espírito Santo, que é homossexual, questionou o sabatinado sobre ele ter assinado um documento da Associação Nacional de Juristas Evangélicos, a Anajure, em que diz que família seria apenas a heterossexual.
O subprocurador admitiu que não concorda com esse aspecto do documento.
Sobre a atuação do Ministério Público nas políticas indigenistas, Aras defendeu o direito dos índios usarem a terra para produzir mercadorias.
O subprocurador ainda fez a defesa de um desenvolvimento sustentável aliando crescimento econômico, respeito ao meio ambiente e distribuição justa das riquezas geradas. Augusto Aras também criticou o ativismo judicial e opinou que descriminalização do aborto e do uso da maconha devem ser definidos pelo Legislativo.