Governo contesta acusação de propaganda em sites impróprios, e diz que Google faz as escolhas
O secretário especial de Comunicação Social da Presidência da República, Fábio Wajngarten, contestou, nesta quarta-feira, que a Secom teria realizado 2 milhões de impressões, ou anúncios, em defesa da reforma da Previdência em sites acusados de promover fake news, além de jogos de azar e conteúdos sexuais. Wajngarten questionou a cobertura dos veículos de imprensa sobre o fato e disse que não favorece nenhum site com anúncios.
A Secom afirmou que não teve acesso ao relatório que indicou esses dois milhões de anúncios. Mas disse que foram realizados mais de 400 milhões, o que, segundo Wajgarten, representa uma assertividade superior a 99% no direcionamento da campanha a sites não impróprios.
Relatório da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, CPMI, do Congresso Nacional identificou mais de 2 milhões de anúncios do governo federal em 47 canais de notícias falsas, 12 de jogos de azar e quatro de conteúdo sexual. Eles representam 4% do total de 47 milhões de impressões avaliadas.
Assessores da CPMI só conseguiram acesso dos dados da Secom de 6 de junho e 13 de julho de 2019, apesar de ter solicitado mais de 11 meses de anúncios do Google. A Secom informou que entregou os anúncios do prazo solicitado pelos demandantes.
Segundo avaliação do relatório, houve incorreções na condução da política de publicidade oficial da Presidência da República, o que teria gerado desperdício de dinheiro público. O documento também questiona a transparência na condução da política de comunicação do governo federal em relação à utilização da ferramenta de anúncio na plataforma Google.
A Secretaria de Comunicação disse que não é o governo que define quais os sites terão anúncios utilizando ferramentas de publicidade na internet, e sim a plataforma. O secretário de Publicidade, Glen Valente, falou que não é papel da Secom censurar sites e nem definir os veículos que são impróprios para anúncios na internet.
Segundo o secretário, se fossem efetivados esses 2 milhões de anúncios – o que o governo não confirma - o custo máximo dessa publicidade seria de R$ 10 mil, em um total de R$ 72 milhões utilizados na campanha pela reforma da Previdência.