Witzel diz que não controlou licitações e acusa ex-secretário de saúde
O governador afastado do Rio, Wilson Witzel, acusou o ex-secretário de Saúde, Edmar Santos, de receber propina. Segundo Witzel, Edmar não tinha sinais de riqueza, mas citou o fato de terem sido encontrados R$ 8 milhões no colchão da casa dele.
A afirmação foi feita durante depoimento prestado nesta quarta-feira (7) ao Tribunal Especial Misto, responsável pelo julgamento do impeachment do governador afastado Wilson Witzel por suspeitas de desvios na área da Saúde durante a pandemia.
Em sua defesa, Witzel afirmou que não tem controle sobre as escolhas das empresas e que quem devia favores era o próprio Edmar, pelo fato de estar associado a grupos criminosos interessados em contratar as empresas. Ele declarou que, por causa da quantidade de contratos envolvidos em diferentes esferas de um governo, não há como controlar as licitações.
Presidido pelo desembargador Henrique Carlos de Andrade Figueira, o Tribunal Misto ouviu do ex-secretário de Saúde que Witzel foi quem pediu a requalificação da Organização Social Unir Saúde e o restabelecimento dos contratos firmados pela instituição com a Secretaria de Saúde. A OS havia sido desqualificada em outubro de 2019.
Edmar Santos negou ter indicado o ex-subsecretário executivo de Saúde do estado Gabriell Neves, e responsabilizou "grupos ligados ao Witzel e ao Pastor Everaldo” pela escolha. Neves é acusado por desvios na compra de respiradores inadequados para o tratamento de Covid-19 e também pela contratação da Organização Social Iabas para a construção de hospitais de campanha que nunca foram entregues.
O governador afastado estava presente na sessão especial desta quarta-feira do Tribunal Misto.