Em depoimento à CPI da Pandemia, nesta quinta-feira (08), a ex-coordenadora do PNI, o Programa Nacional de Imunizações, do Ministério da Saúde, Francieli Fantinato, disse que faltaram à campanha doses suficientes de vacina e divulgação de informações para a população.
Ela também relatou aos senadores pressões para a definição dos grupos prioritários do programa. Segundo ela, tendo em vista um cenário de escassez de vacinas, foi preciso fazer uma campanha fragmentada, que precisava de uma comunicação muito clara para que ela pudesse acontecer de forma única no país.
Franciele, que foi exonerada nesta semana, explicou que deixou o cargo no Ministério da Saúde por motivos pessoais e por haver uma politização em torno da vacina. Ela relatou que esteve por dois anos à frente do Programa Nacional de Imunizações, e ressaltou o potencial do país para promover campanhas de vacinação, citando o exemplo da vacina contra a gripe deste ano, destinada a 80 milhões de brasileiros.
Perguntada sobre a reação adversa que causou a morte de uma gestante após a vacinação contra o coronavírus com a Astrazeneca, a ex-coordenadora argumentou que existem estudos de avaliação de risco da imunização nas grávidas que apontam que elas devem se imunizar. Fantinato também defendeu a chamada intercambialidade, ou seja, a possibilidade de tomar a segunda dose da vacina de outro fabricante.
O vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues, pediu ao relator, o senador Renan Calheiros, para mudar a condição de Franciele Fantinato de investigada para testemunha. E que seja cancelada a quebra do sigilo telefônico e telemático dela. As solicitações ainda serão analisadas.
Ainda na reunião desta quinta (08) da Comissão, o presidente da CPI, senador Omar Aziz, disse que vai enviar uma carta ao presidente Jair Bolsonaro para que ele se manifeste sobre as denúncias do deputado federal Luis Miranda em relação a supostas irregularidades no contrato de compra da vacina indiana Covaxin.