O Conselho de Ética da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro adiou a decisão sobre abertura de processo por quebra de decoro contra o vereador Gabriel Monteiro. O parlamentar é alvo de denúncias de assédio sexual, moral, estupro e manipulação. As denúncias foram reveladas em reportagem do programa Fantástico, da TV Globo, no último domingo.
O Conselho, que volta a se reunir em sete dias, vai iniciar a análise das denúncias contra o vereador e solicitar informações ao Ministério Público do Estado e à Polícia Civil sobre procedimentos de investigação a respeito das acusações.
Em uma gravação para um vídeo divulgado nas suas redes sociais, o parlamentar aparece em uma espécie de praça de alimentação com uma criança em situação de vulnerabilidade, orientando como ela deve falar, para mostrar que ele a estava ajudando a se alimentar.
Somente em uma rede social, o parlamentar tem mais de seis milhões de seguidores. Gabriel Monteiro, do PSD, foi eleito em 2018 com mais de 60 mil votos.
O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro instaurou, na segunda-feira, um inquérito para apurar possível violação de direitos da criança que aparece no vídeo divulgado pelo vereador. O MP afirma que a gravação fere os princípios da proteção integral da criança e do adolescente e da finalidade social da internet.
O Ministério Público pede a retirada do vídeo de todas as mídias sociais do vereador e solicitou ao gabinete do parlamentar que informe os dados da criança para aplicação de medidas protetivas.
Em suas redes sociais, Gabriel Monteiro afirma que o programa Fantástico mentiu e nega as acusações. Segundo o vereador, milhões de reais foram doados para famílias vulneráveis e a criança que aparece na gravação saiu das ruas após o vídeo.