Foi preciso uma condução coercitiva e um habeas corpus para que os sócios da 123milhas fossem nesta quarta-feira (6) à CPI das Pirâmides Financeiras. O primeiro a ser ouvido foi Ramiro Júlio Soares Madureira, um dos administradores da empresa. E ele já começou pedindo desculpas e admitindo que o modelo de negócios da 123 se mostrou equivocado porque eles achavam que os custos diminuiriam, especialmente depois que o mercado se recuperasse da pandemia.
Ele explicou mais ou menos como funciona esse esquema de compra e venda de passagens no sistema Promo, que foi justamente o que deu problema e teve a emissão suspensa, prejudicando milhares de consumidores. É um modelo flexível, em que a pessoa compra uma passagem podendo viajar um dia antes ou depois.
Para se ter uma ideia, Ramiro Madureira disse que essa linha Promo era responsável por 15% das operações da 123 milhas. Que os preços eram monitorados e que, no melhor momento, a passagem era comprada. E isso, segundo ele, não ocorria em 120 dias antes, como muita gente pensa, mas cerca de 30, 45 dias antes do voo. Afirmou ainda que não havia uma promessa de compra e que tudo era feito com base em estudos e monitoramentos e com recursos da própria empresa.
Só fazendo um retrospecto, foram duas outras tentativas de ouvir o pessoal da 123. O presidente da CPI, deputado Áureo Ribeiro, chegou a recorrer à Justiça pedindo a condução coercitiva de toda a diretoria da empresa. Da primeira vez, em 29 de agosto, disseram que não tinham sido intimados. No dia seguinte, diante de nova convocação, alegaram conflito de agenda, porque já tinham uma reunião no mesmo horário no Ministério do Turismo.