TCE encontra irregularidades nas contas da prefeitura de São Paulo
Em nota, a prefeitura de São Paulo negou as irregularidades
Publicado em 26/12/2023 - 21:47 Por Eliane Gonçalves - Repórter da Rádio Nacional - São Paulo
Tribunal de Contas encontrou irregularidades nas contas da prefeitura de São Paulo.
Um relatório do Tribunal de Contas do Município mostra que a prefeitura de São Paulo incluiu despesas executadas apenas em 2022 como restos a pagar de 2021. Uma espécie de pedalada fiscal no valor de quase R$ 1,5 bilhão.
A irregularidade está na emissão de notas fiscais de contratos que foram fechados com a prefeitura entre os dias 29 e 30 de dezembro de 2021. O que para o Tribunal de Contas demostra qualquer impossibilidade de execução dentro do ano orçamentário.
Na verdade, a manobra ajudou a prefeitura a disfarçar que deixou de cumprir o mínimo constitucional que obriga o investimento de 25% da receita do município na área da Educação.
Segundo aponta o relatório ao qual a reportagem teve acesso, todas as notas fiscais emitidas irregularmente são de projetos para o setor. Dois contratos firmados pela Secretaria de Obras para reforma e construção de escolas. Os programas de Auxílio Material Escolar e Auxílio Uniforme Escolar, além do contrato com uma editora para fornecimento de periódicos para alunos do ensino fundamental na fase de alfabetização.
Em julho do ano passado o Tribunal de Contas já havia pedido explicações à prefeitura pelo atraso na entrega de materiais escolares e uniformes para os estudantes. Desde 2020 o serviço é terceirizado. A prefeitura transfere o dinheiro para a família do estudante que compra os produtos de fornecedores previamente indicados.
Ao informar que os contratos eram de 2021, mas lançar o pagamento no orçamento de 2022, a prefeitura saiu de uma execução do orçamento de menos de 22,7% de investimento em educação para 25,4%. Segundo o relatório, mais de R$ 1,1 bilhão ainda não tinham sido executados até agosto de 2022.
Em nota, a prefeitura de São Paulo negou as irregularidades, lembrou que as contas do município já tinham sido aprovadas pelo Tribunal de Contas e diz que relatórios prévios como esse não são a manifestação formal do tribunal.
Edição: Roberto Piza / Pedro Lacerda