Liga Pontos mostra a importância da mobilidade urbana

PROGRAMETE : ELEICÕES 2024 -MOBILIDADE

Vinheta de Abertura 🎶  

LIGA PONTOS! SUA CIDADE, SEUS DIREITOS NAS ELEIÇÕES!

SUMAIA:  Tem muita coisa pra melhorar onde você mora? Mas o que os prefeitos e vereadores podem fazer, exatamente? Vamos lembrar da nossa infância e brincar de ligar os pontos para entender o que uma coisa tem a ver com outra.

Oi, eu sou Sumaia Villela, e nosso ponto de partida é literalmente um ponto. De ônibus. Ou parada, depende de onde você é. Vamos falar de mobilidade e transporte público, usando o exemplo de Goiânia. Entre as cidades analisadas pela Pesquisa Nacional de Mobilidade Urbana, é a que tem menos viagens de ônibus acontecendo dentro do horário marcado.

Efeito sonoro -  telefone🎶

E eu vou ligar esse primeiro ponto com Maria Ribeiro Lima, de 46 anos. Ela trabalha como cuidadora de idosos, tem dois empregos e um esquema complexo de deslocamento para cumprir.

Efeito sonoro - sinal de espera no telefone🎶

SUMAIA: Alô, Maria, como é sua jornada, normalmente?

MARIA: Minha rotina de trabalho: eu saio de casa na segunda-feira, saio de carro, me desloco até o meu primeiro trabalho, que eu entro às 8 horas. Então o trânsito é caótico, ando 22 quilômetros do meu trabalho. Gasto 1h40 ou 1h50 minutos. ÁS 17h eu me desloco para o outro trabalho porque eu tenho que entrar às 19h. Aí eu já deixo o carro na garagem e vou de bicicleta para o outro trabalho. Porque é um pouco mais perto e facilita muito o meu deslocamento de bicicleta porque o carro é complicado andar nesse horário.

SUMAIA: Maria, mas você tinha me contado que comprou um carro tem pouco tempo porque essa rotina era ainda pior, né? 

MARIA: Então eu comprei o carro pelo motivo dos horários do ônibus que estava me atrasando muito. Então a rotina tinha que sair mais cedo de casa tipo 6h pra ver se conseguia pegar o primeiro ônibus, as vezes não conseguia pegar o primeiro ônibus, e quando eu conseguia, você vinha com a bolsa de fora, o braço imprensada, demorava em torno de duas horas. Se você perdesse o primeiro ônibus você não conseguia mais.

SUMAIA: E de bicicleta você se livra do trânsito, mas ganha outro problema, né?

MARIA:  Andar de bicicleta aqui é correr risco a a cada cinco minutos, né? Já sofri vários já foi atropelado falando respeito ciclista. Temos ciclovia só no centro de Goiânia mesmo na praça cívica só até a rodoviária e pronto.

SUMAIA:  Pois é, e como a Maria falou, em Goiânia, ciclovia e corredor exclusivo de ônibus só tem mesmo na parte central. Tentamos resposta da prefeitura, mas não tivemos retorno até publicar este material.

Então vamos ligar os pontos para entender o papel dos prefeitos e vereadores na mobilidade. Pela Constituição Federal, o transporte público é responsabilidade dos municípios. Também é obrigatório para todas as cidades com mais de 20 mil habitantes a criação de um plano de mobilidade municipal, que não trata só de ônibus, mas de ciclovia, pedestres, entre outros.

Bom, falando de transporte público, o Rafael Calábria, especialista em mobilidade urbana, diz que o quadro, hoje, é de crise do modelo adotado e da qualidade do serviço.

RAFAEL: O transporte coletivo no Brasil está nesse ciclo muito forte de piorar a qualidade, encarecimento da tarifa, perde passageiro porque está ruim e caro, perdeu passageiro e perde receita por depender exclusivamente da receita da tarifa. Então, de fato, a gente precisa achar uma fonte de receita que não seja tarifa para conseguir recuperar esse serviço e manter uma melhor qualidade. Mas o que acontece? Via de regra, e Goiânia é mais um caso desse, os serviços de transportes ainda têm todo o seu controle, digamos assim, a sua governança baseada no passageiro transportado, e isso leva a má qualidade. Por que o empresário é estimulado a atender onde tem mais gente. Onde tem mais gente é mais rentável para ele. Onde tem menos gente, o empresariado acaba precarizando os horários,não é rentável para ele

SUMAIA:  E aí acontece o que Maria relatou. A falta de qualidade e de mobilidade leva o cidadão para um carro, uma moto. E aí tem menos gente pra pagar a tarifa e o orçamento diminui.

A Confederação Nacional dos Municípios defende subsídio e regulamentação federais para o transporte público. Mas essa não é a única saída, né, Rafael?

RAFAEL: É necessário que você tenha um pagamento vinculado ao custo real. O que que isso quer dizer? Se o empresário não fizer a viagem, ele não ganha o pagamento inicial, então, ele é estimulado a cumprir a pontualidade. E aí, neste outro formato, fazer o debate que os empresários pedem da forma de financiamento. Eu tenho lido alguns programas de governo e acho que tem alguma diferença bem clara, né? Alguns eles fazem algumas menções genéricas, mas as candidaturas que estão de fato comprometidas, você vê algum detalhamento, que ele vai revisar os contratos de ônibus. Alguns candidatos falam expressamente em pagamento por custo ou pagamento por qualidade ou por viagens.

SUMAIA:  Essas mudanças não são nada fáceis, porque as empresas concessionárias de transporte coletivo têm bastante poder nas mãos, e muitas são financiadoras de campanha. Mas é um problema que precisa ser enfrentado.

Agora sobre ciclovia, o que podemos esperar dos candidatos?

RAFAEL: Como o Brasil está muito atrasado, é muito importante que os candidatos se comprometam com questões básicas como a ampliação da rede cicloviária. E aí, eu diria que ainda tem alguns adicionantes, como, por exemplo, um candidato que cita bicicletários e paraciclos, que é um lugar para o usuário poder parar, estacionar um pouquinho. A calçada também é um tema que é completamente municipal, não só ao calçamento da calçada, digamos, mas também arborização, para que seja confortável o caminhar. E aí, um tema que é menos tratado ainda, mas que é importante, as travessias, as faixas de pedestres complementam esse percurso.

SUMAIA: Vale complementar a necessidade de calçadas acessíveis a todos, como por exemplo pisos táteis para pessoas cegas, espaço sem obstáculos para cadeirantes entre outros.

Mais uma coisa, Rafael. Qual o papel dos vereadores nisso tudo, o que o eleitor pode cobra do candidato?

RAFAEL: A Câmara, nesse sentido, tem um trabalho mais de fiscalizar esse contrato, ver os custos, trabalhar com tribunais de contas, com o Ministério Público, para poder avaliar os custos. E é um trabalho de mais fiscalização e, às vezes, proposição de algumas ideias, enfim, acompanhar algumas linhas e tal. Tem cidades que estão para fazer licitação de ônibus, e aí a Câmara pode ainda incidir e tentar melhorar alguma regulamentação do transporte coletivo.

Efeito sonoro - clique (para passar a ideia de representar conexão).

SUMAIA:  Para saber se educação é uma preocupação do seu candidato, dá uma conferida no programa de governo dele. Todos tem que registrar suas promessas no site do Tribunal Superior Eleitoral: https://divulgacandcontas.tse.jus.br/. Na página você clica na sua região, estado, escolhe sua cidade e se quer olhar o programa dos prefeitos ou dos vereadores [EFEITOS DE CLIQUE DO MOUSE TODA VEZ QUE FALAR UMA COISA PRA CLICAR]. Pronto, você mesmo pode ligar os pontos, agora.

Vinheta de encerramento 🎶

Sobe som 🎶