Reunião da Celac sobre deportação de imigrantes nos EUA é cancelada
A reunião de emergência da Celac, Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos, sobre as deportações de imigrantes nos Estados Unidos foi cancelada.
A presidente de Honduras, Xiomara Castro de Zelaya, que está na presidência temporária do grupo, fez o anúncio nesta quarta-feira (29).
A reunião estava prevista para acontecer na quinta-feira (30). Mas, segundo Zelaya, o encontro foi cancelado porque não houve consenso entre os países membros sobre o assunto.
Conforme o comunicado oficial, as deportações em massa anunciadas pelo governo de Donald Trump são uma preocupação comum. No entanto, Honduras lamentou que recebeu a oposição sistemática de países-membros, que privilegiaram princípios e interesses diferentes da unidade da região.
O pesquisador de Política Externa Bruno Fabricio da Silva, da Universidade Federal do ABC, diz que a resistência não vem só da Argentina, que tem o presidente Javier Milei como aliado de Trump. Ele afirma que falta coesão, porque alguns países preferem preservar relações com os Estados Unidos, enquanto outros adotam um tom mais confrontador, como Colômbia e México.
"O silêncio estratégico de alguns países e a falta de iniciativas concretas dentro da Celac, para formular uma resposta coordenada, refletem a dificuldade histórica da América Latina em agir como bloco diante de desafios externos. Isso acaba dando margem para que os Estados Unidos imponham políticas de forma unilateral explorando essas divisões regionais."
A reunião da Celac havia sido solicitada pelo presidente colombiano Gustavo Petro. O país teve uma crise diplomática com os Estados Unidos por causa do envio de deportados.
