A preocupação com a dengue aumenta a cada verão. De acordo com o médico da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, Alexandre Chieppe, 2019 foi o segundo ano com o maior número de casos da doença notificados no país, desde o início da série histórica, em 1975.
Segundo ele, houve crescimento de 517% em relação a 2018, totalizando mais de 1,5 milhão de registros, principalmente em Minas Gerais, São Paulo e no Espírito Santo. Setecentas e 54 pessoas morreram. Na avaliação de Alexandre Chieppe, a reentrada do sorotipo 2 do vírus da dengue, após anos de circulação dos sorotipos 1 e 4, é a principal explicação para esse aumento.
E a sua previsão é que o quadro pode vir a se repetir no Rio de Janeiro, em 2020. O especialista explica que o sorotipo 2 - responsável pelas grandes epidemias no Brasil em 2007, 2008 e 2009 - deve voltar a circular entre a população fluminense neste verão. Ainda de acordo com o médico da Secretaria de Estado de Saúde, embora os sinais e sintomas de todos os quatro sorotipos sejam os mesmos, a previsão preocupa, já que o sorotipo 2 é associado a casos mais graves da doença.
Diante desse cenário, Alexandre Chieppe alerta para a necessidade do diagnóstico precoce e o acompanhamento clínico adequado em caso de suspeita de dengue. Ele também defende intensificar ações para conscientizar a população sobre a importância de eliminar os focos do mosquito Aedes Aegypti, que está muito bem adaptado às condições do verão no Rio de Janeiro, com temperaturas altas e chuvas fortes.