Sepultamentos em Manaus aumentam quase 300% em 16 dias; até caixões podem faltar
Não apenas as UTIS do Amazonas estão quase no limite. Agora os cemitérios da capital do estado, Manaus, também estão superlotados. Nos últimos 16 dias, houve aumento de quase 300% nos sepultamentos. Em 9 de abril foram 39 enterros. Já no dia 25 de abril, 102.
Mas, de acordo com a Prefeitura de Manaus, a minoria desses sepultamentos tem como causa da morte confirmada a Covid-19.
Por exemplo: das 102 mortes do sábado somente seis foram declaradas como causadas pelo novo coronavírus. No dia 21 de abril, quando foi registrado o maior número de enterros até agora, foram 136 sepultamentos, mas apenas quatro tinham relação comprovada com a Covid-19. A maioria das causas dos óbitos é registrada como síndrome e insuficiência respiratória ou desconhecida.
Em uma rede social, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, mostrou-se preocupado com esse o acréscimo de enterros e pediu para as pessoas continuarem em casa.
Todo esse quadro fez aumentar também a demanda por caixões, mas o Sindicato das Empresas Funerárias do Amazonas avalia que existem menos 600 urnas funerárias para atender a capital, o que será insuficiente diante do cenário de uma média de mais de 100 enterros por dia.
Para tentar resolver esse problema, o sindicato das funerárias já providenciou mais caixões, como assegura o presidente da associação, Manoel Viana.
Para não sobrecarregar ainda mais os cemitérios da capital do Amazonas, a prefeitura está oferecendo a opção cremar os mortos. Se mesmo assim a família optar por enterrar o ente querido, existem algumas regras para a cerimônia.
Em mortes em que a causa não foi o novo coronavírus, os velórios só podem ter duas horas de duração, com no máximo dez pessoas. Na hora do sepultamento, só podem permanecer cinco familiares ou amigos.
Já em mortes em decorrência da Covid-19, não existe velório, o corpo vai direto para o sepultamento, onde só três pessoas podem participar.
Nesse domingo, o Amazonas tinha quase 4 mil casos confirmados de Covid-19 e mais 300 mortes.