O Brasil teria 422 mil médicos aptos para atender à população com a Covid-19. O dado é do levantamento do Conselho Federal de Medicina, CFM, em parceria com a Universidade de São Paulo, a USP. Esse é o número de profissionais com menos de 60 anos que poderiam realizar esse trabalho – caso não apresentassem comorbidades.
Outros 100 mil médicos têm hoje mais de 60 anos, e, para o CFM, esses profissionais devem ser afastados do atendimento, devido à maior chance de contágio para a Covid.
Apesar desse quantitativo, hoje existe uma grande concentração dos médicos nos estados do Sudeste e Sul e na capital do país. O Distrito Federal é a localidade com maior número de médicos per capita, com 5 profissionais para cada mil habitantes.
Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Santa Catarina, Minas Gerais e Paraná têm o número de médicos maior que a média nacional, que é de 2,5 profissionais por mil habitantes.
Para o médico Donizetti Giamberardino, vice-presidente do CFM, é preciso de estímulo do governo para a fixação dos profissionais em locais mais distantes dos grandes centros.
Em comparação, os estados do Pará e do Maranhão têm a menor média de médicos do país, com praticamente 1 médico para cada mil habitantes. O Amapá, Acre, Amazonas, Alagoas, e Piauí são outros estados com número reduzido de profissionais.
Segundo o Conselho Federal de Medicina, a média brasileira de 2,5 médicos por mil habitantes é superior a países com a Coreia do Sul, Polônia e México; mas inferior aos Estados Unidos, Canadá e o Reino Unido, por exemplo.
O CFM afirma que 10 mil profissionais se voluntariaram para trabalhar no combate ao coronavírus no programa Brasil Conta Comigo, do Ministério da Saúde.
O crescimento do número de médicos no país se dá pela ampliação dos cursos de medicina. Metade das 341 escolas de medicina em funcionamento iniciaram suas turmas a partir de 2011. O Conselho afirma que há 36 mil vagas de vestibular para medicina a cada ano.
Mas desde 2018, o Ministério da Educação suspendeu a abertura de novos cursos de medicina por cinco anos, posição defendida pelo Conselho profissional.