Sete em cada 10 brasileiros dependeram do SUS em 2019, diz IBGE
Sete em cada dez brasileiros, ou cerca de 150 milhões de pessoas, dependeram do SUS, Sistema Único de Saúde, para tratamento em 2019. Isso significa, por outro lado, que menos de 30 por cento da população possuia, no ano passado, algum plano de saúde, seja médico ou odontológico.
As conclusões constam na Pesquisa Nacional de Saúde referente a 2019, divulgada nesta sexta-feira pelo IBGE.
O levantamento mostrou que 71 e meio por cento de brasileiros têm no SUS a única possibilidade de tratamento ou atendimento hospitalar. O número revela, segundo os técnicos do Instituto, a forte dependência da população em relação aos serviços de saúde pública.
O percentual se manteve estável em relação a última edição da pesquisa, publicada em 2013 pelo IBGE. Não houve também mudança significativa no acesso a planos de saúde por região do país: Sudeste, Sul e Centro-Oeste registram as maiores proporções, com destaque para São Paulo e Distrito Federal, que ficaram bem acima da média nacional. Enquanto isso, Norte e Nordeste seguiram com os menores índices de cobertura. Desse lado, os destaques foram Maranhão e Roraima.
De acordo com a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, os dados divulgados indicam que o acesso ao plano de saúde está diretamente relacionado à renda.
Outra variação observada foi em relação nível de escolaridade. Quanto mais elevado, maior é o percentual de cobertura.
Entre pessoas sem instrução ou com ensino fundamental incompleto a taxa ficou em torno dos 16 por cento e ultrapassou os 67 por cento entre aquelas com nível superior completo.
A pesquisa apontou, ainda, que 159 milhões de pessoas, ou 76,2 por cento, se consultaram com um médico nos 12 meses que antecederam a entrevista do IBGE. O montante indica um aumento em relação a 2013, quando esse índice ficou em 71,2 por cento.
Ao todo, 8,9 milhões de pessoas foram internadas em hospitais do SUS por 24 horas ou mais em 2019. O número representa quase 65 por cento do total de internações no país.
Os dados foram coletados entre 26 de agosto de 2019 e 13 de março deste ano. As informações obtidas servem para subsidiar a elaboração de políticas públicas na área da saúde.