Morte de voluntário não vai interromper testes com vacina de Oxford
A morte de um voluntário brasileiro não vai interromper o teste da vacina experimental produzida pelo laboratório AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford. O caso é investigado pelo pelo Comitê Internacional de Avaliação de Segurança.
Até agora, tanto os pesquisadores quanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgaram poucas informações sobre o voluntário que morreu. O que se sabe é que a morte foi informada às autoridades na segunda-feira (19) e era um profissional de saúde, da linha frente do combate à covid-19. Este era um pré-requisito para todos os voluntários.
O estudo está na fase conhecida como randômica: nem os voluntários nem os pesquisadores sabem quem recebeu a vacina em teste, ou quem recebeu o chamado placebo - substância que não provoca efeito nenhum. Mas fontes das agências de notícias Bloomberg e Reuters acreditam que o brasileiro recebeu o placebo.
A explicação é que, se o voluntário que morreu tivesse tomado a vacina, o teste teria sido suspenso. A pesquisa de Oxford-AstraZeneca chegou a ser interrompida pelo menos duas vezes. A última foi em setembro, após um outro voluntário apresentar efeitos colaterais não previstos. Os testes foram retomados em diversos países, menos nos Estados Unidos, que fizeram uma investigação mais detalhada e podem liberar a volta do estudo nos próximos dias.
Aqui no Brasil, o governo federal já liberou quase R$ 2 bilhões em forma de encomenda tecnológica dessa vacina. O acordo prevê que, se o imunizante se mostrar seguro e eficiente, o Brasil receberá 100,4 milhões de doses no primeiro semestre do ano que vem, além de ter acesso à tecnologia para fabricar mais doses no laboratório Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz.
E o Ministério da Saúde atualizou o balanço da pandemia. Nesta quarta-feira, o país registrou 24.818 novos casos e 566 mortes causadas pela covid-19. Desde fevereiro, 5 milhões e 298 mil brasileiros foram diagnosticados com a doença, e 155.403 perderam a luta contra o coronavírus.