Obesidade afeta um em cada quatro brasileiros, revela IBGE
Mais de 60% dos brasileiros maiores de 18 anos estão acima do peso, o que corresponde a 96 milhões de pessoas. Já a obesidade afetou uma em cada cada quatro pessoas. Os dados fazem parte do volume dois da PNS-Pesquisa Nacional de Saúde referente a 2019, divulgada nesta quarta-feira (21) pelo IBGE. A coleta de informações foi feita entre agosto de 2019 e março deste ano.
O levantamento traçou um diagnóstico da saúde da população, com base em dois temas: a antropometria, que analisou a prevalência do excesso de peso e da obesidade, e a Atenção Primária à Saúde, que de maneira inédita avaliou os cuidados prestados nas unidades básicas de saúde do país.
A investigação antropométrica identificou que dos 96 milhões de brasileiros com 18 anos ou mais que apresentavam sobrepeso, 62,6% eram mulheres e, 57,5%, homens.
Já entre os adolescentes de 15 a 17 anos, o sobrepeso atingia 19,4% e, a obesidade, 6,7%. Também nessa faixa etária, as mulheres foram as mais afetadas.
Comparada com pesquisa feita pelo IBGE em 2003, esta edição da PNS revela que a obesidade entre adultos acima dos 20 anos mais que dobrou, passando de 12,2% para 26,8%.
Ainda nesses 17 anos, a proporção de pessoas com excesso de peso, também entre aqueles com 20 anos ou mais, subiu de 43,3% para 61,7%.
A analista do IBGE, Flávia Vinhaes, responsável pela pesquisa, afirma que a prevalência do excesso de peso e da obesidade entre as mulheres foi maior em quase todas as faixas etárias, com exceção do grupo acima dos 60 anos.
A pesquisadora chama a atenção para os resultados, que devem servir para embasar as ações de combate à obesidade e excesso de peso no país.
No que se refere a Atenção Primária à Saúde, o levantamento apontou que nos 6 meses que antecederam a entrevista, mais de 17 milhões de pessoas utilizaram algum serviço nessas unidades. As respostas aos questionários receberam valores, de 0 a 10, usados para calcular a pontuação do serviço que foi prestado aos pacientes. A média ficou em 5,9, como explica Flávia Vinhaes.
Do total de pessoas que utilizaram algum serviço de Atenção Primária à Saúde, as mulheres eram a maioria, quase 70%. No recorte por cor ou raça, o predomínio foi de pretos ou pardos, que somaram mais de 60%.