Quais as chances de contrair covid-19 de alimentos e embalagens?
Pesquisadores do Centro de Pesquisa em Alimentos da USP - Universidade de São Paulo - fizeram uma ampla revisão científica para mostrar o que é fato e o que é suposição sobre contaminação de alimentos por coronavírus.
O artigo aponta que, mesmo que um alimento seja contaminado pelo vírus, é insignificante a possibilidade de a carga viral aumentar nesse ambiente e até atingir a quantidade necessária para causar a doença.
Bernadette Melo Franco, diretora do Centro de pesquisa explica que, mesmo com mais de 55 milhões de infectados pelo coronavírus no mundo, não há nenhuma evidência científica que prove a contaminação por alimentos.
A pesquisadora também lembrou que a indústria de alimentos, pela própria natureza, já tem uma preocupação extra para evitar a contaminação por qualquer agente causador de doenças.
Muita gente continua lavando tudo todos os alimentos e embalagens. É o caso da Cristiane Lima, moradora de Belo Horizonte, que tem muito medo de se infectar.
A orientação dos pesquisadores é ter cuidado com os alimentos, mas é preciso manter a tranquilidade. É improvável, segundo estudos, que um alimento contendo o vírus em sua superfície venha causar infecção por meio da ingestão, desde que mantidas as medidas preventivas necessárias para que as partículas virais não sejam transferidas para as mãos de quem manipula os alimentos.
A conclusão dos pesquisadores, portanto, é que a adoção das boas práticas de fabricação pelos produtores de alimentos, junto com as medidas preventivas de higiene dos consumidores, asseguram o risco insignificante dos alimentos causarem covid-19.