Especialistas alertam sobre risco de tomar doses de vacinas diferentes
Em São Paulo, um episódio chamou a atenção. O médico Oliveiro Pereira da Silva publicou um vídeo nas redes sociais falando que tomou doses de duas vacinas diferentes contra a covid-19, da Coronavac e da Aztrazeneca. Na postagem, que depois foi apagada, o médico disse que teria feito isso para garantir mais proteção contra o coronavírus
Mas o caso despertou uma série de questionamentos. Especialistas alertam sobre o risco dessa combinação e de inclusive comprometer a eficácia dos imunizantes.
O imunologista Jorge Kalil disse que o mais seguro é tomar as 2 doses da mesma fabricante, porque foi dessa forma que a eficácia e a segurança delas foram testadas.
O infectologista Marcelo Daher também fez a ponderação de que as vacinas em uso no Brasil atualmente, Coronavac e da Aztrazeneca, usam tecnologias diferentes; e por isso, a vigilância epidemiológica precisa monitorar esses casos para eventuais reações adversas.
Além da questão de possíveis reações, o caso foi parar no Ministério Público de São Paulo, que abriu um inquérito civil nessa quarta-feira (17) contra o médico Oliveiro Pereira da Silva.
Segundo a nota do MP, o inquérito vai averiguar quais foram as condições que permitiram ao médico tomar vacinas de diferentes fabricantes. Ele poderá ser processado por improbidade administrativa e por desrespeitar o artigo 268 do código penal, que é o de infringir determinação do poder público para evitar disseminação de doença contagiosa.
O médico Oliveiro foi procurado pela reportagem, mas preferiu não se manifestar.
A Prefeitura municipal de Assis, interior do Estado de São Paulo, afirmou que o médico não é funcionário público municipal, e que irá esclarecer ao Ministério Público as circunstâncias que permitiram que o médico se vacinasse com os 2 tipos de vacina.