O Brasil tem aproximadamente 53,2 mil pessoas na fila de espera por um transplante de órgão. Dessas, 31 mil aguardam um rim e 19 mil esperam por uma córnea. Para mudar esse quadro, o Ministério da Saúde lançou nesta segunda-feira, Dia Nacional da Doação de Órgãos, uma campanha para estimular as pessoas a conversarem com os familiares sobre o desejo de doar. Por lei, a palavra final para doação é sempre da família.
Segundo os dados apresentados na cerimônia, em 2021, 2,8 mil famílias tiveram que tomar essa decisão, 38% disseram não, mas 62% disseram sim.
Por causa da pandemia, houve uma queda nos números de transplantes, principalmente, nos de córnea. Caíram de sete mil operações em 2019 para três mil e novecentas em 2020.
A coordenadora do Sistema Nacional de Transplantes, Arlene Badoch, disse que o preparo dos profissionais que acolhem as famílias nos hospitais é fundamental para reduzir as recusas de doação. Ela citou o caso do Paraná, que tem uma taxa de 23%, menor que a do Brasil.
O Brasil é uma referência no transplante de órgãos. Nos últimos 20 anos, foram mais de 412 mil procedimentos. O ministro da Saúde substituto, Rodrigo Cruz, destacou a importância do SUS-Sistema Único de Saúde nesse processo de doação.
Para ser um doador em vida, a pessoa deve ser maior de idade, saudável e, claro, concordar com a doação, que não pode prejudicar a própria saúde. Já a doação após a morte encefálica só acontece com a autorização da família. Por isso, quem quer doar deve conversar com os familiares.