O Brasil é o segundo país, no mundo, em número de pessoas com registros de hanseníase, doença infecciosa e contagiosa que afeta a pele. Durante a pandemia de covid-19, em 2020, o número de diagnósticos caiu pela metade, em relação aos 28 mil registrados em 2019. A busca pelo diagnóstico correto e no início da doença é um dos objetivos da campanha de conscientização da hanseníase, lembrada durante o Janeiro Roxo.
Ao contrário do que muitos pensam, a hanseníase tem tratamento e tem cura. A médica do Departamento de Hanseníase da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Lúcia Diniz, explica que a doença é alvo de olhares preconceituosos há milênios, tudo por falta de conhecimento sobre os reais efeitos da hanseníase no paciente. Mas o tratamento é de graça e fornecido pelo SUS.
Especialistas explicam que, quando bem tratada e diagnosticada a tempo, é possível evitar que a infecção atinja os nervos periféricos – em extremidades como face e dedos – e cause perda de sensibilidade. A coordenadora nacional do Mohan, Movimento de Reintegração de Pacientes com Hanseníase, Patrícia Soares, já teve a doença e hoje está curada. Ela explica que o preconceito leva à falta de informações sobre a hanseníase: como é transmissível, muitos acabam pensando que basta um simples contato para infectar, mas ela esclarece que a transmissão só ocorre por convívio prolongado.
O presidente do Mohan, Movimento de Reintegração de Pacientes com Hanseníase, Arthur Custódio, reforça que o principal desafio de uma pessoa que vive com a hanseníase é o preconceito da sociedade. Mas, além disso, ele cita outros pontos que precisam avançar, em relação ao tratamento da doença, como novos medicamentos mais modernos, e testes rápidos.
Entre os grandes empecilhos para um diagnóstico bem feito é que a hanseníase pode ser confundida com outras doenças. Por isso, é importante ficar atento aos sintomas que são muitos. Manchas na pele, com perda de sensibilidade ao toque, frio, calor e dor; áreas sem mancha, mas com mudança na sensibilidade ou diminuição de suor na região; caroços e placas pelo corpo; sensação de formigamento e fisgadas; e perda da força para segurar objetos. Qualquer um desses sinais deve ser levado para conhecimento de um dermatologista.
*Com produção de Dayana Victor
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