Aos 16 anos, Sarah Duarte descobriu um câncer raro nos ossos. O diagnóstico foi uma surpresa para a família, que nunca tinha tido um caso entre os parentes mais próximos. Após o choque, a estudante conta que teve que deixar sua cidade natal em Goiás para conseguir fazer o tratamento em Brasília e revela que foi um dos momentos difíceis: o processo de cura longe da família e amigos.
Hoje com 23 anos, Sarah que concluiu o tratamento e se curou do câncer, acabou se deparando com um novo diagnóstico de tumor maligno, também nos ossos. Mesmo com as dificuldades, a jovem se mantém otimista e conta que escolheu a profissão da área de enfermagem para devolver o amor que recebeu durante o tratamento.
O diagnóstico precoce é fundamental para aumentar a chance de cura. Estudos apontam que detectar a doença ainda no início pode aumentar em 85% a chance de um tratamento terminar em sucesso. A médica Sima Ferman, Chefe da Seção de Pediatria do INCA - Instituto Nacional de Câncer diz que no Brasil esse índice é menor.
Os primeiros alertas, são massas em qualquer parte do corpo, reflexo branco do olho. Palidez, mancha roxa, dor de cabeça associada com dificuldade motora ou paralisia em alguma parte do corpo. Os tipos mais comuns de câncer pediátrico são leucemia e tumores no sistema nervoso central e respondem melhor o tratamento. Diante das dificuldades ao longo do tratamento, a médica Sima Ferman deixa uma mensagem aos pais. Para ela, é importante os pais comparecerem a todas as consultas das crianças e compor uma rede de apoio junto aos médicos e lembra que os tratamentos têm se tornado cada vez mais eficientes.
O câncer é a doença que mais mata crianças e adolescentes com ate 19 anos no Brasil e representa quase 8% dos óbitos. Enquanto muitos cânceres adultos têm sido associados a questões ambientais, ocupacionais ou de estilo de vida, como dieta, álcool e tabagismo, as causas da maioria dos cânceres infantis ainda são desconhecidas.