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Saúde

Crianças nascidas com Zika possuem 11 vezes mais risco de morte

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Solimar Luz - Repórter da Rádio Nacional
24/02/2022 - 19:02
Rio de Janeiro

Crianças nascidas com síndrome congênita causada pelo Zika vírus têm 11 vezes mais risco de morrer durante os primeiros três anos de vida do que os demais.  É o que aponta um estudo inédito, realizado pelo Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde, da Fiocruz Bahia. O levantamento faz parte da pesquisa "Plataforma de Vigilância de Longo Prazo para Zika e suas Consequências".

Dos quase 11 milhões e meio de nascidos vivos no Brasil, entre 2015 e 2018 três mil 308 foram diagnosticados com a síndrome. Doze por cento deles morreram no período do estudo.

Os resultados da pesquisa mostram ainda que, tanto na fase neonatal quanto após o primeiro ano de vida, crianças portadoras de Síndrome Congênita da Zika têm mais risco de morrer. Até os 28 dias de vida, essa possibilidade é sete vezes maior do que para as crianças sem Síndrome. O número aumenta ainda mais entre 1 e 3 anos de vida, faixa etária em que a possibilidade de uma criança com a Síndrome vir a óbito é 22 vezes maior.

A professora Enny Paixão, autora do estudo, avalia que os resultados são alarmantes, mas também esclarecedores. E que é preciso implementar condutas que ajudem a melhorar a sobrevivência dessas crianças.

Além de investigar as principais causas das mortes registradas entre crianças com a Síndrome Congênita da Zika, o trabalho também comparou essas causas nas mortes de crianças sem a Síndrome. E concluiu que a mortalidade por anomalias congênitas é muito maior.

Doenças infecciosas e parasitárias também estão entre as principais causas de morte neste grupo em comparação com crianças sem Síndrome. Depois de 1 ano de vida, óbitos por razões relacionadas ao sistema nervoso central passam a aumentar muito em comparação às crianças sem a Síndrome Congênita da Zika.

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