Queijo com probiótico da UFMG pode ajudar com doença no intestino
Um queijo com probiótico capaz de melhorar a qualidade de vida de quem tem uma doença crônica no intestino é a nova descoberta de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) vinculados ao Laboratório de Genética Celular e Molecular do Instituto de Ciências Biológicas.
O trabalho, conduzido pela bióloga Bárbara Cordeiro e orientado pelo coordenador do laboratório, Vasco Azevedo, ganhou um prêmio do Programa de Pós-graduação em Inovação Tecnológica da UFMG no ano passado, e está indicado ao prêmio Capes de Teses e ao Grande Prêmio UFMG de Teses para este ano.
Segundo o professor Vasco Azevedo, só quem tem colite ulcerativa sabe a importância desse tipo de ajuda.
“ Com esse transtorno você tem uma grande perda de peso, diarreia com sangue, doenças inflamatórias do intestino. Quando está inflamado, você não consegue assimilar vitaminas e sais minerais, então acaba tendo até outras doenças - até osteoporose. Você tem realmente uma péssima qualidade de vida, e tem que tomar uma série de medicamentos da medicina convencional, como corticoides. E você sabe os danos que os medicamentos provocam no organismo a longo prazo”.
De acordo com o pesquisador, os testes do queijo ricota funcional foram feitos em camundongos. O estudo não pôde ser ampliado para a fase em humanos por falta de financiamento. Agora a intenção é conseguir a parceria de uma empresa que viabilize o produto e permita o acompanhamento dos resultados.
“Nós temos parceria com Hospital das Clínicas, mas com a covid-19 os experimentos ficaram estagnados. Agora nós estamos voltando, mas estamos sem financiamento. O ideal seria conseguirmos apoio de uma empresa, uma indústria de laticínios, e a indústria nos ajudasse a fazer o experimento e comprovar essa atividade que a gente chama nutracêutico, que não é um medicamento, é um adjuvante que pode ajudar no tratamento da doenças inflamatórias do intestino”.
Ainda segundo o coordenador do Laboratório de Genética Celular e Molecular da UFMG, apesar de não ter sido testado em humanos, o queijo ricota enriquecido com bactéria probiótica já tem segurança comprovada para o consumo.