Levantamento feito pelo Conselho Regional de Farmácia do estado de São Paulo aponta que 98% das farmácias e drogarias relataram falta de medicamentos, principalmente os anti-microbianos, como amoxilina e azitromicina, utilizados para infecções bacterianas, anti-histamínicos, utilizados para tratamento de reações alérgicas, expectorantes e analgésicos.
As causas do desabastecimento são a alta demanda que veio de forma repentina, alto preço dos insumos e falha nos fornecedores que podem ter sido causados por eventos como a guerra na Ucrânia e os lockdown que ocorreram em cidades na China até o fim do mês de maio. Cabe lembrar que boa parte dos insumos e medicamentos no país são importados da China e da Índia.
De acordo com a Diretora e Tesoureira do Conselho, Danyelle Amorim, a alta demanda por anti-microbianos, pode evidenciar inclusive um alto índice de doenças virais e bacterianas em curso no estado de SP.
Além disso, de acordo com o levantamento, as crianças estão sendo as mais prejudicadas pelo desabastecimento pois as formulações líquidas são os que estão mais em falta, e são justamente esses os remédios recomendados para o uso no público infantil.
A orientação que Danyelle Amorim dá em caso de falta de medicamento é que haja substituição desde que isso seja comunicado entre o médico que faz a prescrição e o farmacêutico
A pesquisa foi realizada pelo Conselho Regional com mais de 1100 farmácias de todo o estado, entre os dias 19 a 30 de Maio.
Em nota, o ministério da saúde afirmou que trabalha para manter a rede de saúde abastecida com todos os medicamentos ofertados pelo SUS e que trabalha em conjunto com a Anvisa, conselhos municipais e estaduais de saúde e representantes das indústrias farmacêuticas para verificar as causas e articular ações emergenciais para mitigar o desabastecimento no país.