A vacinação infantil diminuiu em todo o mundo. Segundo a OMS, Organização Mundial da Saúde, a imunização de crianças teve a maior queda consecutiva em cerca de 30 anos. Por exemplo, entre 2019 e 2021, a porcentagem de crianças que receberam três doses da vacina contra difteria, tétano e coqueluche diminuiu 5%. Ou seja, 25 milhões não receberam pelo menos uma dose só no ano passado.
No Brasil, a cobertura vacinal infantil também vem caindo. De acordo com o Unicef, Fundo das Nações Unidas para a Infância, a imunização com a tríplice viral, por exemplo, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, caiu de 93,1% em 2019 para 71,49% em 2021.
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Juarez Cunha, as metas de cobertura contra tuberculose e rotavírus são de 90% e das outras vacinas da infância, 95%. E em nenhuma delas o país consegue atingir o nível de vacinação adequado.
O risco, ressalta o médico, é o retorno de doenças que estavam eliminadas, como aconteceu com o sarampo em 2018.
Juarez Cunha diz que, entre as barreiras apontadas pela OMS para avançar a cobertura, estão uma falsa sensação de segurança e a dificuldade de informar melhor à população, fora o impacto da pandemia de covid-19.
Ele ressalta a necessidade de se combater a desinformação.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que monitora atentamente as coberturas vacinais e que as campanhas contra poliomielite e de multivacinação para crianças e adolescentes estão previstas para o próximo semestre.