Diante do aumento dos casos de covid-19, o Núcleo de Enfrentamento e Estudos em Doenças Infecciosas Emergentes e Reemergentes da Universidade Federal do Rio de Janeiro recomendou o retorno do uso de máscaras em ambientes fechados e com aglomeração.
Na capital fluminense, a taxa de positividade dos testes passou de 6% na segunda semana de outubro para 26% essa semana. Só nos primeiros 7 dias de novembro, mais de 2400 casos foram registrados, seis vezes mais do que a soma dos primeiros 7 dias de outubro. Além disso, há quase duas semanas, a média móvel diária de notificações da doença é superior a 300, sendo que no dia 14 do mês passado não chegava a 60.
O infectologista Celso Ramos Filho concorda com a recomendação para retorno das máscaras, mas salienta que no momento não há razão para pânico.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a alta pode estar relacionada com o surgimento de um novo subtipo da variante Ômicron, a BQ.1, já identificada em uma das amostras que passaram por sequenciamento genético na Fiocruz. Apesar de ser altamente infecciosa, essa subvariante não apresenta mais gravidade do que as outras e também é suscetível às vacinas. Por isso, a principal recomendação das autoridades é que as pessoas completem seus esquemas de vacinação.
E os números mostram como o imunizante é eficazes para evitar internações e mortes. Em 2022, graças à disseminação das outras subvariantes da Ômicron, o total de casos passou de 634 mil somente na cidade do Rio de Janeiro, 100 mil a mais do que todos os registros somados de 2020 e 2021. No entanto, a quantidade de casos graves e de mortes foi cerca de 7 vezes menor do que a média dos dois anos anteriores.
Em 2020, quando ninguém estava vacinado, 8,5% dos infectados morreram. Em 2022, com a imunização oferecida a todas as pessoas maiores de 3 anos, essa taxa está em 0,4%.
Mesmo assim, a vacinação ainda está aquém do desejado. Apenas 61% dos idosos com mais de 80 anos receberam a segunda dose de reforço na capital e, entre a população com mais de 18 anos, a cobertura da quarta dose não chega a 35%.
Também preocupa a situação das crianças, já que apenas 13% daquelas com 3 ou 4 anos estão totalmente imunizadas e desde o final do mês passado a aplicação foi suspensa para esse público por falta de doses.