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Saúde

Esclerose múltipla: médicos não recomendam terapia experimental

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Lucas Pordeus Leon - Repórter da Rádio Nacional
28/12/2022 - 19:48
Brasília

Depois que a atriz e comediante Cláudia Rodrigues anunciou que vai aos Estados Unidos para fazer uma terapia experimental contra a esclerose múltipla, neurologistas vieram a público alertar que a técnica não tem comprovação científica e, por isso, não é recomendada.

Lutando contra a esclerose múltipla há duas décadas, a atriz, de 52 anos, ficou muito conhecida pela atuação no programa Zorra Total, da Rede Globo.

Nas redes sociais, Cláudia Rodrigues e a namorada, Adriane Bonato, anunciaram a intenção de fazer um tratamento experimental contra a doença. 

O tratamento que a atriz pretende fazer, chamado de “indução de choque térmico'', consiste em resfriar o cérebro com a promessa de reduzir as sequelas da doença.

Devido à popularidade de Cláudia Rodrigues, a ABN, Academia Brasileira de Neurologia, divulgou nota alertando que não há estudos clínicos que comprovem a eficácia do método e que teme por possíveis efeitos colaterais.

A coordenadora do Departamento Científico de Neuroimunologia da ABN, Cláudia Vasconcelos, ressalta que a divulgação de tratamentos sem comprovação científica pode causar falsas esperanças nos pacientes.

Infelizmente, a esclerose múltipla ainda não tem cura. Ela é uma doença crônica, autoimune e que afeta o sistema nervoso central, podendo causar problemas visuais, dificuldade para andar, dores crônicas e perda de sensibilidade em determinada parte do corpo.

Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, a esclerose múltipla afeta cerca de oito pessoas a cada 100 mil habitantes e é duas vezes mais frequente em mulheres. 

Ainda segundo a pasta da Saúde, existem medicamentos que aliviam os sintomas e podem retardar a evolução da doença.

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