A Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro lançou um alerta para o risco de leptospirose, especialmente após as fortes chuvas que atingiram o estado recentemente. De acordo com a secretaria, nos dois primeiros meses do ano foram registrados 24 casos e três óbitos pela doença.
A orientação para as pessoas que tiveram contato com a água ou lama de enchente, e apresentarem febre associada a dores de cabeça e musculares, é que procurem uma unidade de saúde. O alerta visa evitar casos graves e óbitos provocados pela doença, que tem sua incidência aumentada após alagamentos.
A leptospirose é causada por uma bactéria, a leptospira, encontrada na urina contaminada de roedores. É transmitida para os seres humanos pela exposição direta ou indireta à urina desses animais, que pode ser veiculada pela água em enchentes. Além de febre, dores de cabeça e no corpo, a pessoa infectada apresenta sintomas como vômito, diarreia e tosse. O doente pode apresentar, ainda, hemorragia, meningite, insuficiência renal, hepática e respiratória.
Silvia Carvalho, superintendente de Informações Estratégicas de Vigilância da Secretaria de Estado de Saúde, explica que a principal medida preventiva é evitar o contato com a água de enchente:
“Após o período das enchentes, é comum termos a presença de algumas doenças como, por exemplo, a leptospirose e a hepatite. Então uma das formas de prevenirmos essas doenças é evitar o contato com a água, com a lama ou com o esgoto durante o período de cheia. Mas quando não é possível deixar de ter o contato, que o contato seja feito de forma protegida. Então, é possível prevenirmos essa doença quando utilizamos equipamentos de proteção, ou seja, luvas de borracha, botas”.
Ela também orienta que os pais tenham atenção com as crianças, evitando que brinquem em local com água acumulada. E ressalta que os cuidados com alimentos e medicamentos devem ser redobrados:
“Qualquer alimento, qualquer medicamento que seja consumido pela população após as enchentes, é preciso que seja avaliado. Por que? O medicamento ou alimento que tenha tido contato com a água de enchente, pode ter sido contaminado”.
Além das três mortes confirmadas neste ano no município do Rio, há uma em investigação em São Gonçalo, na região metropolitana.