A ampliação da insegurança alimentar nos últimos anos aumenta a necessidade de que a produção de tabaco seja substituída pela de vegetais. É o que preconiza uma campanha do Instituto Nacional do Câncer, lançada nesta quarta-feira, 31 de maio, Dia Mundial sem Tabaco.
De acordo com os dados do Inca, se 10% da plantação de tabaco do Brasil fosse substituída pelo cultivo de alimentos, mais de 850 mil toneladas de alimentos seriam produzidos. O objetivo da campanha é pedir para que os governos não destinem recursos para a fumicultura e que incentivem a mudanças deste agricultores para cultivos que favorecem a sustentabilidade e a segurança alimentar e nutricional. O diretor-geral do Inca, Roberto de Almeida Gil, cita números alarmantes do fumo no país.
A campanha ressalta que cerca de 349 milhões de pessoas enfrentam insegurança alimentar no mundo, e que a produção de tabaco exerce um papel importante nesse cenário, já que a atividade ocupa terras que poderiam ser usadas para o cultivo de alimentos. Nove dos dez maiores produtores são países de baixa renda.
O Inca também chama a atenção para a saúde do plantador de fumo. Além de ser um trabalho extenuante, os fumicultores estão expostos à nicotina, que é absorvida pela pele no contato com as folhas do tabaco. Essa manipulação causa a doença da folha verde, que causa dores de cabeça, náuseas e tonturas. A ministra da Saúde, Nísia Trindade, reforçou a necessidade de proteger esses trabalhadores.
Ainda de acordo com os dados do Instituto, 200 mil hectares de terra são desmatados por ano no mundo pela indústria tabagista. Para cada 300 cigarros, uma árvore é desmatada. Além disso, o Inca lembra que o fumo está relacionado com diversas doenças, que matam cerca de 8 milhões de pessoas no mundo por ano.