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Saúde

Dia do Orgulho LGBTQIA+: entenda a cirurgia de redesignação sexual

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Daniella Longuinho - Repórter Rádio Nacional
28/06/2023 - 12:41
Brasíia

Mulheres trans, as irmãs Maísa e Phabíola Setin aguardam cirurgia de redesignação sexual pelo SUS. Assistidas pelas redes públicas de saúde de São Paulo e do Distrito Federal, elas sonham com o dia em que a transição de gênero se complete.  

Em 2014, a analista de call center, Maísa Setin, iniciou o acompanhamento com especialistas em São Paulo, onde mora. No mesmo ano, ela expressou o desejo de realizar a transexualização. 

No ano passado, Maísa recebeu a ligação que tanto aguardava do ambulatório de Saúde Integral para Travestis e Transexuais, de Santa Cruz: a cirurgia foi agendada para novembro deste ano. Teve início, assim, a fase dos exames pré-operatórios, para alegria de Maísa. 

De acordo com a médica infectologista Rosa Alencar, coordenadora adjunta do centro de referência DST/AIDS São Paulo, cerca de 2 mil pessoas, mil homens e mil mulheres trans, aguardam cirurgias de redesignação sexual na rede estadual de saúde. 

Já Phabíola Setin, moradora da capital federal, fez parte de um projeto piloto para acompanhamento de pessoas trans no Hospital Universitário de Brasília, ainda em 2010. Ela foi acompanhada por psicólogos, mas acabou desmotivada porque o tratamento, na época, não era completo.  

Phabíola lembra que pacientes trans do Distrito Federal eram encaminhados para outros estados para realizar a cirurgia de redesignação sexual.

Em nota, a Secretaria de Saúde do DF confirmou que não realiza cirurgia de transição de gênero, mas que dispõe de um ambulatório de diversidade de gênero, com equipe multidisciplinar que assiste usuários durante todo o processo transexualizador. 

Já Secretaria de Saúde de São Paulo informou, em nota, que nos últimos três anos realizou 61 procedimentos de redesignação sexual. Para este tipo de cirurgia, os pacientes contam com o apoio do Hospital Geral de Pedreira, Hospital Estadual de Diadema, Hospital Estadual Mário Covas, de Santo André, e Hospital das Clínicas de São Paulo.  

Além disso, há 75 unidades estaduais e municipais paulistas que prestam atendimento para processo hormonal no estado. Todos os pacientes que entram na fila para procedimentos eletivos são encaminhados pela rede primária de saúde. 

De acordo com dados do Banco Mundial, estima-se que no Brasil 4 milhões de pessoas sejam transgêneras ou não binárias.  

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