A substituição da vacina oral contra a poliomielite por uma versão injetável do imunizante deve ocorrer, gradualmente, a partir do próximo ano aqui no Brasil.
De acordo com a médica pediatra e diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações, Isabela Ballalai, a substituição da vacina oral contra a poliomielite, composta por vírus da pólio enfraquecidos, pela vacina injetável de vírus inativado é uma programação prevista para todos os países, mas não é uma medida urgente.
Isabela Ballalai explica que todas as vacinas de vírus atenuados, como as gotinhas contra a pólio, são contraindicadas para imunodeprimidos e para crianças que vivam com pessoas com a imunidade comprometida. Diferentemente da vacina injetável que é mais segura e evita uma rara que pode desencadear a doença após a vacinação.
Por isso, desde 2016 as três primeiras doses de contra a pólio são obrigatoriamente injetáveis. Administradas aos dois, quatro e seis meses. Os reforços são feitos aos 15 meses e quatro anos com as famosas gotinhas. Isabela Ballalai chama atenção para a hesitação de uma parte da população na hora de levar os filhos para as salas de vacinação.
O Ministério da Saúde reforça que todas as vacinas ofertadas à população são seguras, eficazes e aprovadas pela Anvisa. No ano passado, a cobertura vacinal a pólio no Brasil ficou em 77,16 %, muito abaixo da taxa de 95% recomendada pela OMS para impedir a circulação do vírus.
A poliomielite, erradicada no país desde 1989, pode matar ou provocar sequelas motoras graves.