Pesquisadores de 54 países pedem vigilância mundial contra arboviroses
Preocupados com a possibilidade de aumento de casos de arboviroses como dengue, Zika e chicungunya no próximo verão, pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e de instituições de outros 53 países assinaram uma carta em que defendem a necessidade de implantar uma vigilância genômica mundial para esses vírus endêmicos de alto impacto.
A proposta do grupo é que sejam utilizados o modelo e a infraestrutura de monitoramento implementados para o coronavírus, causador da pandemia de covid-19.
Segundo o pesquisador Felipe Naveca, da Fiocruz Amazônia, e um dos autores do estudo, o Brasil é um dos países com o maior número de casos de dengue, seguido por nações asiáticas. Por isso, os vírus da dengue, Zika e chicungunya deveriam ser os primeiros a ter o monitoramento reforçado.
Ele acredita que desta forma os pesquisadores estarão melhor preparados para adotar medidas de combate quando acontecer a reintrodução ou chegada de uma nova linhagem desses vírus.
A carta, assinada por 74 pesquisadores, foi publicada na edição desta semana da revista científica The Lancet Global Health.
No documento, os pesquisadores abordam a qualidade dos dados genômicos disponibilizados atualmente sobre os arbovírus e a falta de agilidade com que essas informações chegam aos cientistas e gestores da saúde. Também ressaltam que é necessário utilizar plataformas de compartilhamento de dados para permitir análises rápidas e oportunas de novos surtos.