Quase metade das mulheres brasileiras sofrem de ansiedade ou depressão
45% das mulheres brasileiras têm um diagnóstico de ansiedade, depressão, ou algum outro transtorno mental, no contexto pós pandemia de Covid-19.
Relatório divulgado pela ONG Think Olga destaca que as mulheres chegaram esgotadas em 2020, atravessaram uma das piores crises do século e, mesmo com seu fim, continuam esgotadas em 2023.
A pesquisa aponta que a situação financeira é o que mais gera insatisfação para as brasileiras atualmente, especialmente para as mulheres negras e pobres, seguida da sobrecarga do trabalho e cuidados com a família.
Maíra Liguori, diretora da Think Olga, avalia que o relatório não surpreende, pois mesmo antes da pandemia as mulheres já adoeciam mais por transtornos mentais do que os homens.
O relatório aponta que a insatisfação entre mães solos e cuidadoras é muito superior em relação as que não precisam se preocupar com o cuidado de alguém.
As mulheres dedicam o dobro do tempo dos homens nas tarefas de cuidado. E quanto mais sobrecarregadas com o cuidado, mais empobrecidas elas ficam, pois acabam tendo menos tempo ou condições para se dedicar ao trabalho remunerado.
As pressões estéticas e as violências de gênero também afetam a saúde mental das mulheres. A maioria das entrevistadas, na pesquisa, apontou a atividade física ou a religião como as principais ferramentas para conseguir lidar com os transtornos mentais. Mas reconhecem que não são as únicas responsáveis por cuidar da própria saúde emocional.
Como destaca a diretora da Think Olga, Maira Liguori, 54 porcento das mulheres apontaram o estado como maior responsável pela saúde mental das brasileiras.
A pesquisa foi realizada com mais de mil mulheres, entre 18 e 65 anos, em todos os estados do país, no último mês de maio. Segundo a Think Olga, a margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais e intervalo de confiança de 95%.