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Saúde

PNI 50 anos: saiba como as vacinas são fabricadas

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Tâmara Freire - Repórter Rádio Nacional
12/09/2023 - 09:05
Rio de Janeiro
Israeli drug company SciVac has developed a third-generation vaccine for the hepatitis B virus (HBV) that it believes will stem the global growth of the disease.
According to the World Health Organisation (WHO), some 600,000 people die each year from HBV, while as many as 400 million people are carriers.
© Reuters

A primeira vacina da história consistia em injetar secreções de uma pessoa doente em pessoas saudáveis para que elas ficassem imunes a formas mais graves da mesma doença. Nada mais distante de como as vacinas são produzidas hoje, com tecnologia de ponta e controles rígidos de qualidade.

Tudo começa nos laboratórios de pesquisa, quando os cientistas estudam o agente causador das doenças pra decidir qual substância vai estimular uma resposta no nosso organismo de forma segura. Às vezes, várias alternativas são formuladas, como no caso da vacina contra a covid-19: a coronavac utiliza o vírus da covid inativado, enquanto a vacina da astrazeneca é feita com uma proteína do coronavírus.

Já o Imunizante da Pfizer trouxe uma tecnologia nova que utiliza uma substância totalmente sintética: uma cópia de um fragmento genético do vírus. Depois de decidida o que os pesquisadores chamam de plataforma, começa a fase de testes, como explica a ex-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações Isabela Ballalai.

E esses testes da fase 3 são realizados de forma simultânea em diversos países, para observar a resposta do imunizante em populações diferentes. Por causa da grande diversidade da nossa população, o Brasil costuma ser uma escolha preferencial para esses estudos. Qualquer pesquisa em seres humanos no Brasil precisa ser aprovada previamente pela Conep, a Comissão Nacional de Ética em Pesquisas. E adurante todo o processo, ela será acompanhada pela Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que tem protocolos rígidos para a realização desses experimentos.

A diretora da Agência, Meiruze Freitas, explica que só depois de todo esse trabalho, é que a vacina poderá ser liberada para produção em escala e uso na população. As vacinas elaboradas no exterior também precisam ser aprovadas e todas continuam sendo avaliadas mesmo depois disso.

Um dos principais centros de produção de vacinas do Brasil é o Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz, mais conhecido como Biomanguinhos. O diretor do instituto Maurício Zuma explica que o processo de produção em grande escala varia de acordo com a tecnologia de imunizante, mas de maneira geral é dividido em duas fases

O IFA citado por Zuma é o coração das vacinas, a substância que contém o antígeno, e que será diluída e misturada a substâncias conservantes e estabilizantes para continuar ativo em cada frasco de vacina. Biomanguinhos produz 10 vacinas que fazem parte do calendário do Sus e entrega em média 120 milhões de doses por ano ao Programa Nacional de Imunizações por ano. O instituto da Fiocruz também exporta imunizantes para mais de 70 países.

Quer visitar uma das plantas industriais e entender melhor esse processo de produção? Pois basta procurar o site Fiocruz 360 que disponibiliza um tour virtual pelas instalações de Biomanguinhos e também dentro do laboratório de produção do IFA da vacina covid-19.

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