Após o primeiro mês de funcionamento, o Programa Acolhe, da Secretaria de estado de Saúde do Rio de Janeiro, que busca evitar a gravidez na adolescência, está sendo ampliado. Diante da grande procura, a expectativa é dobrar o número de atendimentos.
O programa funciona nas comunidades Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, em Ipanema, na zona sul da capital fluminense, e oferece palestras educativas com ginecologistas e acesso a métodos contraceptivos para adolescentes de 14 a 25 anos de idade.
Entre os cerca de mil atendimentos já realizados, 420 jovens optaram pela colocação do implante anticoncepcional na pele ou o DIU, dispositivo intrauterino de cobre, ambos indicados para as meninas com mais de 16 anos.
Há, ainda, as pílulas e injeções contraceptivas, que podem ser usadas para adolescentes que têm entre 14 e 16 anos.
Segundo a coordenadora do programa, Ana Teresa Derraik, o Acolhe funciona com muita informação para que a jovem escolha de uma forma legítima e esclarecida qual é o melhor contraceptivo.
A gravidez não planejada na adolescência está entre as principais causas da evasão escolar em todo o Brasil, principalmente no Ensino Médio, e afeta de forma mais predominante alunos em condições vulneráveis.
Pesquisa promovida pelo Unicef, o Fundo das Nações Unidas para a Infância, mostrou que dois milhões de adolescentes abandonaram a escola no Brasil, em 2022. Desse total, 14% apontaram a gravidez como motivo.
Também no ano passado, do total de 180 mil 297 nascidos vivos no Rio de Janeiro, 777 foram de mães de até 15 anos e 19.347 tiveram mães entre 15 e 19 anos. Ou seja, 11,16% foram frutos de gestações precoces. Os dados são do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos no estado.