Estudo: Bolsa família impacta na redução de mortes por câncer de mama
Um estudo conduzido por pesquisadores da Fiocruz revelou que mulheres de baixa renda, que vivem em municípios com alto nível de desigualdade, mas que recebem o Bolsa Família, apresentam incidência menor de morte por câncer de mama do que àquelas que não recebem o benefício.
Joanna Guimarães, pesquisadora do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde da Fundação Oswaldo Cruz, na Bahia, avalia a importância do programa.
O estudo também avaliou o impacto da desigualdade de renda para a mortalidade pelo câncer de mama e identificou que a taxa de morte foi de 6,4 mulheres a cada 100 mil habitantes em cidades pouco desiguais, mas subiu para 8,2 óbitos a cada 100 mil, em cidades com grande desigualdade.
Mas mesmo nos municípios com alta segregação de renda, o Bolsa Família fez a diferença. As moradoras dessa cidade que recebem o benefício têm risco de morrer por câncer de mama 13% maior que a média, enquanto as que não recebem têm um risco 24% maior.
A pesquisadora também destaca o impacto positivo da geração de renda na saúde.
A pesquisa avaliou dados de mais de 20 milhões de mulheres entre 18 e 100 anos, registradas no Cadastro Único do governo federal.
Do universo de mulheres pesquisadas, mais de 61% eram pardas ou pretas.
*Com colaboração de Vinícius Lisboa.