Com enchentes, aumenta preocupação com proliferação de doenças

Doenças não são causadas pela água, mas veiculados por ela

Publicado em 06/05/2024 - 17:49 Por Carolina Pessoa - repórter da Rádio Nacional - Rio de Janeiro

Ocorrência de chuvas e inundações, como as que atingem o Rio Grande do Sul, também levantam outra grande preocupação: a proliferação de doenças. O contato com a água contaminada pode levar a uma série delas, como febre tifoide, leptospirose e hepatites A e E.

Isso ocorre porque a água carrega agentes que podem se propagar nela e se espalhar pela população. Além disso, o ambiente é propício para a proliferação de mosquitos, como o Aedes aegypti, transmissor da dengue, entre outras doenças.

Outro perigo é o tétano, que pode ser contraído por meio de ferimentos, em locais de perigo.

Por isso, entre as recomendações para quem se encontra em situação de enchente está o uso de roupas apropriadas, com botas e luvas, ou sacos plásticos para proteger pés e mãos. Outra orientação é ferver e filtrar a água antes do consumo. Além disso, deve-se ter atenção aos sintomas dessas doenças.

O infectologista Celso Ferreira Ramos Filho, professor da UFRJ e membro da Academia Nacional de Medicina, explica que o uso de cloro é mais uma dica de cuidado.

“Você tem como clorar essa água. Colocar um pouco de cloro, muito pouco de água sanitária. Existem em supermercados uns comprimidos próprios para lavar, desinfetar salada, isso pode ser usado em água de beber, que tem que estar limpa, ela não pode estar barrenta”.

O especialista também aponta que essas doenças não são causadas pela água, e sim veiculados por ela.

“As doenças são causadas por germes que são veiculados, transportados ou se reproduzem dentro da água. A água que cai da chuva é bastante pura e se contamina quando se mistura com outras coisas aqui na terra”.

Ele ressalta ainda a gravidade de uma das doenças mais comuns em enchentes, que ocorre especialmente em pessoas que ficam muito tempo imersas em água: a leptospirose.

“Pode ser potencialmente muito grave, pode levar a um quadro grave de febre, icterícia, olho amarelo, insuficiência renal, chegando até a perder a capacidade de produzir urina e se não for tratado, se não for muito bem tratado, morre”.

Recomenda-se ainda que alimentos e medicamentos que entraram em contato com a água contaminada sejam jogados fora, mesmo que embalados com plásticos ou fechados, pois ainda existe chance de contaminação. Também deve-se usar repelentes, especialmente para evitar a dengue. Em caso de sintomas, a orientação é procurar ajuda médica o quanto antes.

Edição: Roberto Piza / Fran de Paula

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