Afastamento por síndrome de burnout cresceu 1.000% em relação a 2014
O número de trabalhadores afastados pela síndrome de burnout – o esgotamento físico e mental por causa do trabalho – quadruplicou de 2020 a 2023. O INSS registrou 421 benefícios no ano passado, um aumento de mais de 1.000% em relação a 2014.
Um desses casos é o de um engenheiro de obras de São Paulo, que preferiu não divulgar o nome. Ele relata perda de sono e pensamentos constantes sobre o trabalho.
O engenheiro conta que precisou deixar o ambiente de trabalho e teve a compreensão dos chefes, na época, para conseguir buscar ajuda.
Para a Médica do Trabalho e Psiquiatra Leticia Maria Trés, as empresas estão conscientes sobre o burnout, mas ainda precisam melhorar muito. Segundo ela, um grande desafio é comprovar que o quadro do paciente tem relação com o trabalho profissional.
A psicóloga do Hospital das Clínicas da USP Miryam Mazieiro diz que os pacientes relatam sobrecarga de serviço, dificuldades de relacionamento com chefes e colegas e falta de equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.
O psiquiatra e professor da Universidade Federal de Pernambuco Bruno Nascimento acredita que vivemos uma epidemia de burnout no Brasil e no mundo. Ele explica que é preciso analisar o impacto dos sintomas na vida da pessoa.
A síndrome de burnout apresenta os sintomas da ansiedade e depressão. O tratamento é por meio da psicoterapia e pode incluir medicamentos. Isso vai depender de cada paciente.