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Saúde

Dia da Doação de Órgãos: SUS é responsável por 88% dos transplantes

País tem maior sistema público, mas fila de espera ainda é grande
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Tatiana Alves - repórter da Rádio Nacional
27/09/2024 - 17:57
Rio de Janeiro
Banco de tecido do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (INTO), no Rio de Janeiro
© Divulgação/Ministério da Saúde

Conscientizar a população sobre a importância de doar órgãos e lembrar que esse ato de solidariedade pode salvar vidas. Esse é o objetivo do dia 27 de setembro, Dia Nacional de Doação de Órgãos. A lei que institui o dia tem ajudado a ampliar o debate sobre a doação e transplante de órgãos no país.


O Brasil tem o maior programa público de transplante de órgãos, tecidos e células do mundo. A iniciativa é do Sistema Único de Saúde (SUS), responsável pelo financiamento de cerca de 88% dos transplantes no país. Mesmo assim, a quantidade de pessoas na lista de espera ainda é grande. O cirurgião de transplantes e membro da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, Lucas Nacif, fala sobre os principais desafios para aumentar o número de doadores.

“Eu acho que existe pouca informação. As pessoas acabam, na hora de se declarar doador, muitas vezes não sabem como fazer isso, não sabem que é importante essa declaração, principalmente quando tem um óbito de algum familiar próximo, e aí demora para ser feita essa notificação e as equipes de procura de órgãos, o pessoal da enfermagem, os médicos que trabalham nessa área conseguirem fazer um doador potencial, virar um doador efetivo. Então acho que é mais a pouca informação. 

No total, 4.580 órgãos, além de 8.260 córneas e 1.512 medulas ósseas, classificadas como tecidos, foram doados nos primeiros seis meses de 2024. O aumento em relação a 2023 foi de 3,2%. Considerando apenas os transplantes de órgãos sólidos, o crescimento foi de 4,2% neste primeiro semestre.

A professora Aline Santos tem 34 anos e recebeu um fígado há dez anos. Ela avalia que o procedimento fez a diferença na vida dela e incentiva outras pessoas a serem doadoras.

“Sou eternamente grata à família do doador, que em momento de dor eles escolheram me dar a vida. E hoje eu sou mãe de quatro, eu tive três filhos após o transplante. O fígado que o doador me deu gerou mais três vidas. Então, o transplante de fígado, ele mudou completamente a minha trajetória. E cada dia que eu vivo é uma celebração dessa nova chance que eu recebi. Meu maior desejo agora é continuar vivendo com saúde e de alguma forma atribuir esse presente, incentivando outras pessoas a se tornarem doadoras”, comentou.

O Ministério da Saúde reforça que a lista para transplantes é única e vale tanto para pacientes do SUS quanto da rede particular.  A autorização para doação de órgãos e tecidos pode ser manifestada por meio de uma plataforma eletrônica com registro nos cartórios nacionais. Para ser um doador basta se registrar no aplicativo ou no site www.aedo.org.br

 

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