Veterinários comemoram aprovação de remédios à base de Cannabis
Depois que a Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, aprovou a prescrição de produtos à base de Cannabis Sativa por Médicos Veterinários, o Conselho Federal de Medicina Veterinária considerou a decisão “histórica”.
Em transmissão nas redes sociais do Conselho, a Médica Veterinária que participou do grupo de trabalho sobre o assunto, Caroline Campagnone, explica que os animais têm, no organismo, o chamado “sistema endocanabinoide”, que ajuda na manutenção da saúde. Mas algumas doenças podem afetar isso.
“Quando eu tenho uma deficiência desses endocanabinoides de uma forma muito expressiva, aí eu preciso de uma suplementação. Então, patologias como dor crônica, inflamação, quadros oncológicos, neurológicos”.
Com a decisão, a Anvisa permite ao Mapa - Ministério da Agricultura e Pecuária, a regulamentação dos "produtos veterinários à base de Cannabis” para serem vendidos no país.
A médica veterinária Victoria Vásquez conta que já prescreve alguns óleos à base de cannabis, mas agora vai ter a chance de receitar uma variedade maior de canabinoides.
“Tenho um grande número de pacientes, todos com algum resultado positivo. Poder acessar os medicamentos faz com que a gente tenha uma maior variedade de possibilidade às mãos, pra tratar os pets. Já que a gente não consegue acessar, via associações, medicações que tenham isolados, que são mais difíceis de encontrar e podem nos trazer grande benefício terapêutico na saúde veterinária”.
O Conselho Federal de Medicina Veterinária informou que, antes da autorização da Anvisa, os profissionais que prescrevessem tratamentos à base de cannabis "corriam risco de serem acusados de tráfico de drogas”. Mas, agora, podem recomendar o medicamento “de forma segura e legal, sem o risco de penalidades".
No entanto, a entidade alerta que, mesmo com a permissão para prescrever, os veterinários "precisam de conhecimento sólido e aprofundado”, já que “as dosagens e aplicações requerem cuidado específico e ajustado a cada caso”.
Segundo a norma aprovada, “os veterinários só poderão prescrever esses produtos em receitas especiais a serem retidas nas farmácias, assim como já acontece com outros medicamentos controlados”.