Teste do Pezinho é fundamental no diagnóstico precoce de doenças raras

Logo após o nascimento, um exame simples pode mudar a vida do bebê. O Teste do Pezinho, realizado entre o 3º e o 5º dia no recém-nascido, é fundamental para detectar doenças raras e evitar sequelas graves durante o crescimento. Por isso, no Dia Mundial das Doenças Raras, celebrado nesta sexta-feira, 28 de fevereiro, especialistas destacam a importância do diagnóstico precoce.
Segundo o Ministério da Saúde, atualmente, sete doenças podem ser detectadas pelo teste: hipotireoidismo congênito, fibrose cística, doença falciforme, hiperplasia adrenal congênita, deficiência de biotinidase e toxoplasmose congênita.
A endocrinologista Tânia Bachega, do Serviço de Triagem Neonatal da Hiperplasia Adrenal Congênita da Universidade de São Paulo (USP), explica que é essencial realizar o Teste do Pezinho dentro do prazo para que o tratamento comece o mais rápido possível.
“Primeiro as mães tem que entender que é uma agulhadinha fininha e não podem ter dó do bebê, porque se ele tiver uma dessas doenças, enquanto ele não tem sequela, se o pediatra examinar, não diz que tem a doença. Por isso é importante fazer o teste. Os bebês são diagnosticados na fase pré-sintomas e por isso podem ser evitadas as sequelas."
Para fazer o teste, os pais precisam levar o bebê até uma Unidade Básica de Saúde até o 5º dia de vida. Em alguns casos, o exame é feito no próprio hospital de nascimento. Também é importante, de acordo com a médica, exigir a comprovação de que o teste foi realizado.
“Ainda tem pessoas que confundem o carimbo do pé com o teste do pezinho. A impressão digital do pé não é o teste do pezinho. É para identificar o bebê na maternidade”, disse Tânia Bachega.
Embora a maioria das doenças raras apareça ainda quando os pacientes são bebês, elas podem surgir ao longo da infância ou até na idade adulta. Os pais devem observar sinais como alterações no desenvolvimento motor ou cognitivo, infecções frequentes, problemas respiratórios e gastrointestinais.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, uma a cada duas mil pessoas nasce com uma doença rara. No Brasil, são 13 milhões de casos, o que representa entre 6% e 8% da população.
* Com supervisão de Bianca Paiva.
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