SUS vai substituir exame papanicolau por DNA-HPV

O conhecido exame papanicolau, feito para detecção do papilomavírus humano, vai ser substituído pelo teste molecular de DNA-HPV, considerado mais eficaz para a descoberta precoce do câncer de colo de útero.
A mudança faz parte das novas diretrizes para o diagnóstico da doença e começa a ser implantada ainda neste ano pelo SUS, o Sistema Único de Saúde, em parceria com as prefeituras, nas unidades básicas de saúde.
O teste molecular é recomendado pela Organização Mundial da Saúde, desde 2021, como exame primário para diagnóstico do HPV.
Com este novo exame, o intervalo entre as coletas passa a ser de cinco anos, diante da maior confiabilidade. Hoje, o papanicolau é realizado de seis meses a um ano para confirmar a efetividade do rastreamento.
Já a faixa-etária do público alvo recomendada, permanece a mesma: de 25 a 49 anos.
O pesquisador da Divisão de Detecção Precoce do Instituto Nacional do Câncer, Itamar Bento, diz que o investimento para a implantação do novo teste é volumoso, mas que o impacto vai ser menor no orçamento tanto da União quanto das prefeituras, porque evitará gastos no futuro com internações e tratamento do câncer de colo do útero.
A gente espera que todo esse investimento, que está acontecendo agora no país, deixam de ter essas enfermarias lotadas de pessoas que chegam com o câncer avançado por toda a falha do rastreamento, por toda a falha da detecção precoce, por toda a falha da prevenção. Então a gente trabalha para mudar essa realidade.
O papilomavírus humano, ou HPV, é o causador de mais de 99% dos casos de câncer de colo do útero, que é o terceiro mais incidente entre as mulheres brasileiras, com cerca de 17 mil novos casos por ano.
Com altas coberturas de vacinação e de exames de rastreio, especialistas acreditam que a doença pode ser erradicada em cerca de 20 anos.
*Com informações da Agência Brasil.




